14 de agosto de 2015

Teoria Geral do Um Amor



"A medida de amar é amar sem medir..."

Quanto mais a contagem dos meus dias ganha dígitos e quanto mais eu penso que meus cabelos estão ficando brancos (embora isso não seja apenas pensamento), menos isso faz sentido pra mim. Acontece que tem algo estranho nessa frase atribuída ao santo que mais presto devoção: se meço o amor, então não é amor, correto? Então, se amo com todas as minhas forças, significa que não estou amando?

Questões sintático-semânticas à parte, o fato é que sempre me intrigou a singularidade dessa frase tão suavemente caótica (desculpa o paradoxal costume de apelar a paradoxos de sempre [desculpa a mania sempre néscia de apelar a parêntesis]), pois de modo extremamente objetivo ela apresenta toda a problemática da raça humana. E o quanto esse lance de raça humana é um enigma deve entrar também nessa conta de intrigas causadas por sintagmas e/ou sentenças.

Amar com todas as forças é dizer que existe algo cuja força não é a mesma. Há uma metragem aqui. Se houvesse um amôrmetro, saberíamos a diferença entre um amor e outro. Sempre me perseguiu uma ideia de que, quando algo é amor, ele se torna imensurável, daí meu pensamento de que amar é mais difícil do que parece.

No tocante à raça humana, intriga-me a impossibilidade de medir também o nível de subjetividade do que é ser humano. Já pensei, repensei e des(ou dis-)pensei e ainda não concluí o que é que venha a ser o traço definidor de humano. O campo semântico deveria ser menos vasto: há animais que são mais humanos que pessoas e pessoas mais desumanas que animais. Então o que têm em comum todos os humanos? Um professor meu de filosofia dizia que era o “húmus” – ele argumentava que viemos da lama e para a lama voltaremos. Questões latinas também à parte, lama também é incontável.

Há uma semelhança, portanto, nas coisas do mundo e, ao que parece, é a impossibilidade de contar que iguala todas essas coisas. Mas venha quem vier, não sei se troco esse pensamento: amor não é desse mundo. Claro, o amor está neste mundo, mas ele não é daqui. Veio de presente de um infinito do qual somos só amadores.

Deixe-me, então, ao longo de alguns escritos tentar mostrar o universo de caracteres de onde eu acho que nasceu o amor... Ele tem nome, idade, peso e todas as outras exigências do mundo físico. Ele é ela. E ela é o céu. Amanda, 24 no desde as 0h, 55 kg (talvez mais daqui pro fim do dia)...

Na tentativa de não medir o incontável, vou apenas contar o que já consigo associar a significantes... Bem-vinda à teoria geral do Um Amor!

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