29 de junho de 2011

Sanfona Sentida - Dominguinhos, Mariana Aydar e Duani

Simplesmente: belíssimo! =)
Quase fim de mês de junho - mês da festa mais bonita do Brasil e do mundo: viva São João, viva o forró (o forró bom, tipo esse!rs)

Ô Tempo Bom Sô...


É impossível resistir à magia do tempo junino, a maior festa do nosso país! Quem discorda disso que me perdoe. Não quero nem comparar, mas as festas de São João são bem mais gostosas que o Carnaval, por exemplo.

É uma festa onde a cultura é posta em primeiro lugar. O forró e a influência caipira e até mesmo francesa são evidências disso. Ainda tem também a influência da fé: os santos do mês de junho que só dão mais sentido às festas...

É tempo pra todo mundo: é no mês de junho que os mais velhos, aqueles que vieram do interior, sentem-se em casa; é o tempo em que a meninada perde longas tardes correndo atrás das pipas e são espantadas das portas das casas alheias por causa das bombas; tempo em que os jovens que gostam de dançar arrumam belos pares e não necessariamente apenas para dança...

Tudo é muito bonito no período junino. O arraial ou arraiá, as quadrilhas, o vestido enfeitado, a flor na cabeça da moça, o chapéu de palha, os meninos danados correndo pelo espaço em que a quadrilha se apresenta, o animador do arraial pedindo desesperadamente água, a barraquinha das comidas enfeitada mais do que todo o salão, as comidas...

Não tem como não amar esse tempo, mesmo os estudantes tendo bons motivos para querer que ele passe logo e esquecê-lo: os finais de semestre são sempre uma tortura (a mais) para quem estuda. Mas ainda assim, o Rei, Luiz Gonzaga, sempre nos convida pra festa que é também dele.

Muitas outras coisas são características deste tempo, mas não preciso citá-las aqui. Só não posso deixar de mencionar os meninos brincando ao redor da fogueira e as suas mães mandando-os sair de perto, dizendo que “faz mal” brincar ali... Ainda tem as simpatias para Santo Antônio, os pescadores e o São Pedro, a dúvida de usar xadrez ou quadriculado etcétera. Coisas que só alegram esse período.

Então, meus amigos, não deixemos essa beleza esvair-se, se bem que as festas juninas são do tipo das coisas que, nem querendo, a gente acaba, pois ninguém resiste a um triângulo, uma sanfona e uma zabumba...

26 de junho de 2011

Direitos do Ser Humano:

Nascer são e certo de que a loucura não é algo vergonhoso, uma patologia, e sim um atributo natural de todo aquele que caminha por entre o azul deste planeta.

Crescer sem nunca se sentir alto o bastante. Amadurecer porque é o jeito e ser criança o resto da vida porque é o que realmente tem graça e realmente vale a pena.

Entender que a gente nunca entende tudo, mas que sempre tem alguém que te faz pensar que é impossível entender muito bem as coisas que esse alguém pensa que entende. O único fato é que somos inteligentes demais pra entender determinadas coisas que são muito simples...

Jogar a semente da amizade no coração dos que te cercam e esperar que ela seja cultivada com zelo, com responsabilidade e com vontade de nunca deixar a semente, depois de germinada, morrer.

Conservar os amigos como um velhinho que conserva a própria dentadura num copo d’água na geladeira.

Endividar-se, aperrear-se com as dívidas, dizer que nunca mais vai fazer dívidas, sanar as dívidas e, assim que pagar o que deve, fazer outras dívidas.

Indignar-se com a corrupção, a desonestidade, a indecência, a incompreensão, o descaso e com a falta de compromisso dos que lhe representam, mas ainda assim ter esperança.

Acreditar no que quiser acreditar, porém saber que nem tudo é como pensamos que é.

Ser o que quiser ser, sabendo que tem muita gente querendo que você seja do jeito que você não quer... O que fazer? Continuar sendo o que você acha que deve ser.

Viver sem querer decorar todas as regras e sem preocupar-se em segui-las ou em burlá-las, pois nós sempre somos certos e somos errados em algum momento de nossa vida - gloriosa vida, se dançarmos conforme a melodia que Deus vai tocando no decorrer de nosso show...

Sorrir! Pois sorrir não é remédio, sorrir é a cura propriamente dita. Melhor, sorrir é a prevenção de qualquer doença! Sorria e faça sorrir, assim você estará vivendo e fazendo os outros viverem...

Por fim, você tem o direito de dormir. Dormir em paz e descansar de todos esses deveres numa vida que ninguém sabe bem como é! Só esperamos... esperamos poder nascer, crescer, amadurecer, entender, jogar, conservar, rir, endividar-se, indignar-se, acreditar, ser, viver ou apenas sorrir, já que isso é o que realmente importa!

21 de junho de 2011

Na Coleira


- E aí, rapaz, há quanto tempo...
- Pois é Júlio, acho que foi naquela festa de fim de ano a última vez que te vi, não foi?
- Não, teve o aniversário do Odílio.
- Ah sim, foi mesmo...
- E como andam as coisas, cara?
- Trabalhando, estudando...
- Tu te escondeu, né? Queria ter essa mesma habilidade tua, pros cobradores não me encontrarem em casa!
[risos]
- Eu sumi? Nada... tu também desapareceu! Ouvi o Paulinho dizer que tu tá namorando...
- Rapaz, pois é... era o que eu ia dizer: eu não sumi, eu estou namorando!
[risos exagerados]
- Eu entendo perfeitamente!!!
- Entende? Então só pode estar namorando também...
- Namorando não... tou noivo!
- Meus pêsames!
- Eu juro como em outros tempos eu diria que não é coisa ruim, mas vivendo a situação, é assim... sei lá...
- Que nada, cara! Falando sério, tem coisa melhor não... Nunca pensei que eu algum dia fosse conseguir fazer uma música. Fiz! O que é que o amor não faz?!
- Verdade! Apesar de estar na coleira, eu estou incrivelmente feliz. Nunca me senti assim... nem quando o Vasco ganhou a Copa do Brasil...
- Ahh é mesmo! Fazia tanto tempo, o grito tava tão entalado que gritar depois de séculos foi uma das maiores alegrias da vida dos vascaínos, não é?
- Tá bom... Mas você tá convidado a ir pro casamento. Vamos marcar em breve! Deixa eu ir ali que a mulher tá esperando.
- Vocês tão morando juntos?
- Não!
- Então vamos chamar os caras pra gente sair esse fim de semana... levar uns violões prum bar, tocar, beber, caçar conversa com os outros bebedores... Comemorar a vida!
- Nada, sábado vou jantar na casa dela e domingo ela na minha.
- E no outro?
- No outro a gente vai ao cinema no sábado e jantar fora no domingo...
- Rapaz, mas que diabo é isso? Tu não abusa não?
- E ela deixa?!

20 de junho de 2011

Dia Especial...


Hoje é um dia especial: há um ano, por sugestão de minha querida amiga, Amanda Luana, este jovem velho que vos escreve resolveu acessar o www.blogspot.com e clicar em criar um blog.

Fiz. Comecei escrevendo besteira e um ano depois cá estou eu: escrevendo mais besteiras![risos]

Por causa de algumas pessoas que amo muito, continuei aguentando minhas bobagens até completar uma volta em órbita elíptica do nosso planeta ao redor do Sol.

Continuo feliz por ter um blog e espero mantê-lo, pois graças a esse canal de comunicação, deixei de ser apenas um estudante do ensino médio integrado a um curso técnico e grande sonhador e passei a ser alguém que exerce alguma influência (seja ela qual for - positiva ou negativa. Mais negativas que positivas, eu acho!) em algum momento da vida de alguém.

E como não podia deixar de acontecer, pra brindar este dia: música...




Um forte abraço aos corajosos que leem este cantinho e que ajudam este ser a ser cada vez mais humano...

19 de junho de 2011

Para Viver Um Grande Amor

"Eu não ando só
Só ando em boa companhia
Com meu violão
Minha canção e a poesia

Para viver um grande amor, preciso
É muita concentração e muito siso
Muita seriedade e pouco riso

Para viver um grande amor
Para viver um grande amor, mister
É ser um homem de uma só mulher

Pois ser de muitas - poxa! - é pra quem quer

Nem tem nenhum valor

Para viver um grande amor, primeiro

É preciso sagrar-se cavalheiro

E ser de sua dama por inteiro

Seja lá como for

Há de fazer do corpo uma morada

Onde clausure-se a mulher amada

E postar-se de fora com uma espada

Para viver um grande amor

Para viver um grande amor direito

Não basta apenas ser um bom sujeito
É preciso também ter muito peito
Peito de remador
É sempre necessário ter em vista
Um crédito de rosas no florista

Muito mais, muito mais que na modista

Para viver um grande amor

Conta ponto saber fazer coisinhas

Ovos mexidos, camarões, sopinhas

Molhos, filés com fritas, comidinhas

Para depois do amor

E o que há de melhor que ir pra cozinha

E preparar com amor uma galinha

Com uma rica e gostosa farofinha

Para o seu grande amor?


Para viver um grande amor, é muito

Muito importante viver sempre junto

E até ser, se possível, um só defunto

Pra não morrer de dor

É preciso um cuidado permanente

Não só com o corpo, mas também com a mente

Pois qualquer "baixo" seu a amada sente

E esfria um pouco o amor

Há de ser bem cortês sem cortesia

Doce e conciliador sem covardi
a
Saber ganhar dinheiro com poesia
Não ser um ganhador

Mas tudo isso não adianta nada

Se nesta selva escura e desvairada

Não se souber achar a grande amada

Para viver um grande amor!"

Vinicius de Moraes

Da canção "Para Viver Um Grande Amor" de Vinicius e Toquinho

Imagem 1: Google Imagens

Imagem 2: Cesar Okada

Eric Clapton and Steve Winwood - Forever Man

17 de junho de 2011

Parar de Sorrir é Parar de Viver


Procuro não pensar muito no presente.
Enche muito saco,
Puxa muito da gente.
Melhor é viver porque é mais fácil:
Basta acordar de manhã
E sonhar no Sol poente.

Essa história de pensar bem
É como, antes do download
Ou de comentar num blog também,
Digitar aquelas palavras chatas
Que estão ali
Só por causa do resultado que vem...

Ainda prefiro ler meu livro:
Ainda não estou tão vivo
A ponto de escrever o que quero,
Ou pelo menos o que preciso.
Ainda não me ensinei a ter doçura
Ou correr por aí comigo...

Pra ser poeta é preciso ser doido e meio.
Ainda sou louquinho,
Por isso os versos de dono feio.
Ou talvez seja só porque
O dono sou eu,
Diferente de tudo que leio.

Escrever é como subir num pé de manga.
Se você subir e voltar sem a fruta,
Certamente você tem medo de altura.
Volta fazendo munganga
E quando lembra que é possível repetir a aventura
Sobe de novo e de novo... e não se zanga.

Se algum dia eu escrever pra não sorrir,
Juro destruir tudo que já escrevi,
Pois a vida sem o riso
É como a flor num “sambaqui”
E jamais ria sozinho,
Pois o que é bom é sempre bom dividir!

Haicai

Haicai é como a flor:
toda poesia
que quase não sai

Imagem: Google Imagens

16 de junho de 2011

Hablando Sobre El Amor Imposible...

Tá certo esse título? I just speak (and wrong) Portuguese...

Bem, minha querida, já me convenci que é fácil falar de amor, afinal é fácil falar. Mas falar de amor de um jeito que faça alguém entender algo que é simples demais é complicado. Simples demais? Tá doido, Rivanildo? Eu não "tou", eu sou, mas nesse caso, concordo comigo...

A gente complica demais as coisas. É do ser humano. Inchamos tanto nossa consciência de buscas por explicações que não conseguimos entender coisas simples: tipo o amor.

Amor é algo simples demais. Tão simples que nós não entendemos. E tanto não entendemos que eu não consigo dizer por que não existe amor (ou paixão) impossível.

Se me permite, vou pedir ajuda aqui a alguns amigos, minha amiga...

♫“Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você"♫
(Eu não existo sem você - Tom Jobim e Vinicius de Moraes)

♫“Fiquei sabendo
De uma história
Uma intenção
Que faz a gente esquecer
Que estamos sós nessa prisão
Deixa de lado
Toda a culpa
A má recordação
E nos transforma nos heróis
Da nossa imaginação
Tempos se vão
Do medo a palavra não
A intenção
É usar o sim
Sempre que alguém
Defender o não
E então
Aprender a andar
Livre sem esperar..."♫
(Yoko - Duca Leindecker)

♫“Venha se perder nesse turbilhão.
Não se esqueça de fazer
Tudo o que pedir esse seu coração.

Tem muita gente que só vive pra pensar;
Existe aquele que não pensa pra viver.
Eu, por exemplo, na paixão,
Mesmo que tenha que sofrer,
Eu abro o jogo e o coração
E deixo o meu barco correr.

Tem muita gente que não quer se complicar;
Existe aquele que não perde a sua fé.
Eu, por exemplo, meu amigo,
Pelo amor de uma mulher,
Eu viro a cara pro perigo
E seja lá o que Deus quiser."♫
(Turbilhão - Toquinho e Mutinho)


E é isso... com todas essas experiências de vida em forma de poema aí em cima, você acha que é possível dizer que existe amor impossível? Se o amor fosse algo impossível, essas canções não seriam escritas, a humanidade não estaria mais viva e eu não estaria aqui tentando convencer-te que todo amor é possível...

A única coisa impossível que existe é ser feliz sozinho. Isso sim é impossível. Já dizia o poetinha: “o amor é o carinho, é o espinho que não se vê em cada flor... é a vida quando chega sangrando aberta em pétalas de amor...”. Você consegue visualizar isso? Pois então consegue entender que nem a nossa falta de vontade faz o amor não ser possível.


Os cientistas costumam usar as fórmulas matemáticas ou as experiências em laboratórios para provar uma tese. Eu tentei provar a minha com a música. Espero que tenha provado. E caso não tenha, parta para a última opção: ame! e descubra que o amor só é impossível se for, em você, impossível sonhar com um amor...

Mas quer saber mesmo por que não existe amor impossível? Porque você me pediu pra escrever que não existe amor impossível e disse que ia me pagar![risos] (Essa conslusão era só pra provocar esse sorrisozinho aí que você está fazendo agora. Não é uma negação de todo o pensamento anterior.)

É impossível o amor ser impossível!

Imagens 1 a 5: Google Imagens
Imagem 6: Rivanildo Silva (do pé de Margarida do quintal de sua casa!)

15 de junho de 2011

A agenda



Do Livro "Textos Nada Escolhidos" - Luís Fernando Verissimo

"Um homem chamado Cordeiro abre a agenda em cima da sua mesa de trabalho e vê escrito: 'Comprar arma'.

Ele não se lembra de ter escrito aquilo. Como tem agenda justamente para ajudá-lo a se lembrar das coisas, compra uma arma, mesmo não sabendo para quê.

No dia seguinte, vê na agenda: 'Marcar almoço com Rodrigues.'

Mais uma vez, não se lembra de ter escrito aquilo, nem tem qualquer razão para almoçar com o canalha do Rodrigues. Mas marca o almoço. Durante o qual ouve do canalha do Rodrigues a notícia de que pretende se afastar da companhia e vender sua parte ao canalha do Pires, que assim terá a maioria e mandará na companhia, inclusive no Cordeiro.

Cordeiro insiste para que Rodrigues venda sua parte a ele e não ao Pires, mas Rodrigues ri na sua cara e ainda por cima não paga a sua parte no almoço.

Naquela tarde, Cordeiro vê na sua agenda: 'Matar Rodrigues. Simular assalto.' E o dia e a hora em que deve acontecer o assassinato, sublinhados com força.

E na mesma folha: 'Providenciar álibi: lancha.'

Lancha? Cordeiro vira a página. Lá está o plano, meticulosamente detalhado. Sair com a lancha no domingo, assegurando-se de que todos no clube o vejam sair com a lancha, encostá-la em algum lugar ermo onde deixou seu carro no dia anterior, ir de carro até a casa de Rodrigues, matá-lo, jogar a arma fora, voltar de carro para a lancha e voltar de lancha para o clube, onde todos o veriam chegar como se nada tivesse acontecido. É o que faz.

Na segunda-feira, Cordeiro arregala os olhos e finge estar chocado quando chega à firma e ouve do Pires a notícia de que houve um assalto no fim de semana e o Rodrigues foi baleado, e está morto.

Pires revela que estava desconfiado de que Rodrigues iria vender sua parte na companhia a Cordeiro. Pretendia marcar um almoço para discutir o assunto com o canalha do Rodrigues, mas no dia Rodrigues dissera que tinha outro compromisso para o almoço.

Na saída do escritório, Pires diz que na última reunião dos três sócios tinha saído por engano com a agenda do Cordeiro e pergunta se por acaso o Cordeiro não ficou com a sua agenda.

Ou então:

Na segunda-feira, Cordeiro arregala os olhos e finge estar chocado quando chega à firma e ouve do Pires a notícia de que houve um assalto no fim de semana e o Rodrigues foi baleado, e está morto.

Os dois marcam uma reunião para tratar do que fazer com a parte do Rodrigues, mas não chegam a um acordo e brigam. Naquele mesmo dia, Cordeiro vê escrito na sua agenda: 'Incriminar Pires.'

É o que faz. Orientado pela agenda, consegue plantar pistas falsas e convencer a polícia de que Pires matou Rodrigues porque este pretendia vender sua parte na firma a Cordeiro. Com Pires afastado, Cordeiro assume o comando da firma e a faz crescer como nunca - sempre seguindo as ordens da agenda, que não erra uma.

Até que um dia a agenda lhe manda juntar todo o dinheiro em caixa na firma, vender o que for possível para levantar mais dinheiro e jogar tudo na bolsa. 'Agora!', ordena a agenda.

Cordeiro jogou na bolsa todo o dinheiro que tinha, o seu e o da firma. Foi na véspera da grande queda. Perdeu tudo. Quando consultou a agenda de novo, desesperado, sem saber o que fazer encontrou apenas a frase: 'Quem entende a bolsa?'.

E no dia seguinte: 'Comprar arma'."

14 de junho de 2011

A Bela e A Festa

Era a mais bonita do baile,
mas não conseguia ninguém pra dançar.
Se achava feia, mas naquela ocasião
chegou até a se elogiar.

Passou um menino olhando de lado,
porém nem abriu a boca;
percebeu o seu sorriso,
mas não estava tão louca...

Não se atreveria a chamar.
Para ela, o homem é quem pedia.
Embora tudo esteja mudado,
gostava das coisas à moda antiga.

Viu de longe um garoto
olhar com um olhar esquisito.
Não sabia quem era,
mas achou seu rosto conhecido.

Aquela era uma festa diferente:
não tinha motivo nenhum.
E por isso não sabia
O motivo daquele zunzunzum

Todos a olhavam esperando
que ela respondesse o jovem;
Ele não dizia nada,
só aprumava o pólen...

O garoto trazia uma rosa no peito
e um sorriso estampado.
A bela achou aquilo belo
pois era um fato inesperado...

Ninguém mais anda com flor,
ainda mais na altura do coração.
A moda agora é sortear amor
e dar pra algum que rebole no salão.

O garoto vinha caminhando,
e a menina, sem saber o que fazer,
fingiu que tinha alguém alhures
querendo a comprazer.

Não conseguiu fugir do desconhecido,
olhou-o de perto e espantou-se
ao perceber que aquele era um amigo
querido, incrível... um doce.

Não era simplesmente um amigo
era aquele o qual amava.
Na verdade, ela tinha muitos amores,
mas por esse ela era apaixonada.

Conhecia-o desde não sabe quando
só sabia que sempre o amou...
Ainda a intrigava aquela situação,
até que ele lhe contou:

- Estamos no seu aniversário
e você pediu que eu viesse
acompanhar-te nesta noite
cada segundo mais celeste.

Ela não o entendeu falar de céu.
Achou aquilo tudo muito estranho.
Cogitou até um delírio,
mas se tratava só de um sonho...

Acordou quando o garoto
pôs a flor em seu cabelo.
Ela se derreteu toda ao saber
que aquilo não era um pesadelo.

Mas ela acordou e percebeu
que seu amigo ainda era
o mesmo cafajeste, insensível
que era o amor da vida dela.

E se perguntava por que o amava.
E só se explicava dizendo
que, por mais que tentasse,
o amor só ia crescendo...

Mas nunca conseguiu entender
o sentido do sonho daquele dia:
que amor não precisa de mapa,
de explicação ou de filosofia.

E apareceram outros amores
na sua tão gloriosa vida,
até que um dia entendeu
o que era ser querida:

Muitos a amavam,
mas faltava um só:
era o amor por ela mesma
que deveria ser maior.

Então amou, viveu e morreu:
amou amigos e estranhos,
e estranhos que viraram amigos...
na vida de pesadelos, realidades e sonhos!

Toquinho - Só Tenho Tempo Pra Ser Feliz

Se algum dia eu precisasse escolher uma canção só como sendo a música de minha vida, sem dúvida escolheria esta. Ainda bem que não preciso escolher, pois o universo musical é grandioso demais pra escolher uma única composição. Mas resolvi postar essa aqui pra ver se essa música causa a mesma alegria em você que está aí perdendo seu tempo lendo este blog! Brincadeira! Você não está perdendo seu tempo... Eu não posso mais me autoxingar, não é Bruna?[risos]

Deliciem-se e emocionem-se com essa joia...

A Poesia Contra o Desamor

De todas as coisas que escrevi
pra mim, pra ti,
de dia, de noite,
aqui e ali,
fico triste porque nunca percebi
isso que eu vim dizer aqui:
o que eu sempre quis
foi inspirar amor
sem usar um escrito!
Não sei se consigo.
Muita coisa é preciso,
mas eu insisto
e não quero nem pensar em desistir,
pois tentar é tão bom quanto ter vencido,
como chegar é tão bom
quanto passar pelo caminho.
E sei que não sou sozinho
nessa luta contra o desamor
e hei de persistir
até conseguir te falar de amor
sem nem a boca abrir.
Só pelo sorrir, pelo olhar, pelo agir...
Só pelo amor
que há de viver em mim.


*Imagens de autores desconhecidos

13 de junho de 2011

Eu Tava Ouvindo Música...

♫“Eu preciso de carinho, eu preciso de calor, vem abrir o meu caminho, venha ser o meu amor...”♫ era o que o grande (literalmente) Tim Maia ia cantando enquanto eu esperava um amigo na praça em frente à minha escola. Íamos dar uma passada numa loja de CDs, mas namoro é bicho que prende um cara de verdade (se você, assim como eu, não sabe, namore para ver!).

Depois de horas, na verdade só alguns minutos, de espera, ele apareceu. Mas se eu só contasse isso, essa crônica não faria sentido. Com o fone ao ouvido e o celular num volume médio, deu para ouvir bem o causo que me fez escrever isso aqui.

Era um senhor simpático, bom de prosa. Conversava desde antes de eu chegar ali com outro senhor que estava esperando o carro terminar de ser lavado. O banco em que estavam era o banco imediatamente ao lado do meu, por isso não pude deixar de ouvir. Simplesmente porque estávamos perto, juro! Não é que eu seja um fuxiqueiro dos bons e escute conversas a quilômetros...

Num dos carros ali perto, um grupo de estudantes (de um colégio que é antiético revelar o nome) escutava e dançava ALGO (não era música) assim: “Ela te liga toda hora... Vive perturbando... E eu mando assim pra ela... Para me ligar... Isso me irrita... Quer me rastrear ? Bota um chip na minha...”

O senhor simpático, cabelos brancos, pasta de couro nas pernas, bom de prosa, disse inconsolável:

- Tudo culpa dessa juventude perdida de hoje... esses sem cultura. Gostam é de rabo de saia. E os rabos de saia ainda vão pro rumo deles. Olha ali aquela apresentada ali! Absurdo cara... Como não era naquele tempo que todo mundo ouvia The Fevers e queria ser Roberto Carlos... Hoje em dia, gravam qualquer porcaria e esses pestes gostam! Tudo culpa deles...

E antes de seu lábio superior se encontrar com o inferior, ele levemente apontou para mim...

Eu não lembro mais qual a música que eu estava escutando naquele exato momento, mas lembro que era uma do Jerry Lee Lewis e que eu estava “batendo cabeça”. Pra quem não sabe, Jerry Lee Lewis é um norte-americano, gigante do Blues... E eu o ouvia. Mas infelizmente, o senhor não sabia. Achava que eu estava ouvindo o que ele descrevera como porcaria ou que eu estivesse batendo cabeça com o que tocava no carro dos jovens...

Tudo bem! Não fiz nada... ri discretamente pela situação. Senti-me meio mal por ter sido confundido com um jovem "normal". Mas acontece, é da vida!

Para aquele senhor eu sou um desnaturado, fruto de uma geração que só ouve o que não presta e pra mim eu sou só um jovem que ouve música sem querer saber se ela é boa ou não pra maioria.

Só tenho uma opinião a respeito: somos a geração mais completa que há. Vivemos numa geração que há de tudo e numa liberdade que nunca existiu. Hoje em dia até quem é esquecido é lembrado por nós jovens... Acho que é por nossa causa que o mundo não acabará em 2012.

Mas não fico doido por causa disso... sigo ouvindo minhas músicas sem me importar se acham que estou ouvindo “porcaria”. Não tenho essa preocupação. Afinal, eu não sei dançar e é por isso que escuto “música fraca” pros antigos e “música brega (da idade da pedra)” para os novos...

12 de junho de 2011

Quando (há o beijo)

Também por causa do dia dos namorados, lembrei de umas rimas que fiz pra tentar colocar numa melodia há algum tempo. Não deu certo na melodia e ainda não achei uma outra para pôr-la dentro.
Enquanto a melodia não vem, trago o poema pra cá.

PS: Não sou daqueles especialistas em beijos, mas que eu me lembre (aqui a noção de tempo deve ser triplicada) é por aí...
***
É quando o espaço é menor a cada milímetro
E ao redor ninguém está a ver...
É quando o vento sopra forte
E a Terra se esquece de girar...
É quando o que um deseja toma de conta
Do outro, sem que parem pra pensar...
É quando cada segundo passa sem notar:
Segundos de sorte, minutos de azar...
É quando o tempo para
Ou quando ele deslancha a voar...
É quando os dedos se intimidam
E parece não nos pertencer...
É quando as pernas ficam bambas,
Dançando sem parar,
As mãos esquecem que são suas
E não param de suar...
É quando o olfato perde o tato
E o ouvido o escutar...
É quando a respiração não se encontra
Do jeito que deveria estar...
É quando o coração parece não bater
Ou já ter saído do lugar...
É quando o sangue parece circular ao contrário
Enquanto a emoção nos faz rodar...
É quando o momento seguinte não existe
A não ser que seja o que acabara de passar...
É quando o que antecedeu é esquecido
Sem que quisesse esquecer...
É quando o que acontece é perfeito, é maravilha,
Caso os dois se amem e sejam o amor e o amar...

Feliz dia dos namorados!
(Casais casados, casais namorados e casais solteiros...)



Roberta Flack - Killing Me Softly With His Song

Hoje, dia dos namorados, me veio na cabeça essa música de Lory Lieberman (imortalizada na voz de Roberta Flack e de vários outros grandes artistas...).

Matar suavemente: é isso que um namoro faz. Todo mundo morre aos poucos, pois o tempo vai passando e é o que um dia acontecerá - o mundo nos mata aos poucos e brutalmente. Mas namorando essa morte vem suave e de um jeito que só quem namora sabe como é. Como eu não namoro (ainda estão me matando brutalmente), não sei dizer como é...

Então aqui vai essa belíssima canção: ♫Killing Me Softly With His Song♫



♫"Strumming my pain with his fingers
Singing my life with his words
Killing me softly with his song..."♫

8 de junho de 2011

Os Fiscais da Natureza

Na viagem de hoje do ônibus, da escola para casa - ao meio-dia, aos quarenta graus de calor, após longa e quase interminável espera na Praça do FRIPISA - em uma das paradas na Av. Magalhães Filho, quase chegando na Av. Centenário, atentei para uma coisa que ainda não havia atentado...

Com a cabeça encostada na janela ralada e b
arulhenta do 203 e com o fone aos ouvidos, ia eu, como sempre, olhando pro lado de fora do ônibus. Paisagens, pessoas, lojas de material de construção, praças, outros ônibus (também lotados), outras pessoas (famintas - de que? Fica difícil dizer)... E, por alguns segundos, observei, filosofei, imaginei e divaguei a cerca de uma aparente besteira.

Estavam sentados na mesa de um bar, em frente à parada que dei as coordenadas acima, os fiscais da natureza. Estavam, em pleno meio-dia e meia de uma quarta-feira, bebendo um cervejinha, rezando (acho que isso não, né?) e fiscalizando...

Então fiquei a pensar naquilo. Deve ser algo realmente enriquecedor (e isso não é sarcasmo) sentar com os amigos no meio da semana, em um horário terrível, aproveitando a paisagem conturbada e conurbada da cidade grande (cidade grande... agora sim foi sarcasmo).


A cidade corre, os ônibus atropelam a poeira, as pessoas pedem parada, os carros param para abastecer no posto de gasolina ao lado, mas lá estão eles, firmes e fortes. Com as loiras geladas. “Derrubando rodela”. Até me entristeci por um momento: eu não bebo, por isso pensei que jamais sentiria aquela sensação que eles sentiam.


Eu olhando pra eles da janela do ônibus e eles olhando pro mundo ao redor. Vendo se o vento estava ventando mesmo, se o oxigênio estava entrando nos pulmões das pessoas, contando as histórias do fim de semana com os amigos e com as namoradas (não necessariamente uma para cada, óbvio!).

Pro grande Mario Prata, é impossível confiar em alguém que não bebe. Certo. Um dia tentarei, quem sabe... Mas ainda não sei se vou mesmo aprender a beber, mas vou fazer um esforço só para sentir aquela mesma coisa: vadiar no meio do mar de obrigações e relaxar no meio da turbulência da
cidade. “Um ‘sim’ numa sala negativa” era todo esse pequeno passarinho, como diria Rubem Braga.

7 de junho de 2011

Muita Calma Nessa Hora

Por favor, amigo leitor, faça um bem a você mesmo: clique no link abaixo, espere o download terminar e delicie-se com essa belíssima canção...
"O mundo ao seu redor anda esquisito pra você
Falta grana, falta sonho, tá difícil viver
Faz um tempo que você levanta com dois pés esquerdos
Você vê na tv o que já tinha imaginado,
A luz no fim do túnel é só um trem desgovernado
Às vezes você sente raiva, às vezes sente medo
Abaixa os ombros e respira fundo e conta sempre com os amigos
A vida é boa apesar de tudo
Pode acreditar no que eu te digo

Eu sei que por enquanto está difícil enxergar a porta de saída
Outra cena, outro lugar
Tá difícil de lembrar que a vida é cheia de surpresas
Mas só pra começar, dá uma olhada ao seu redor: no mar, no por do sol
Um gesto de bondade
Porque é que a gente fica cego pra tanta beleza?
Então relaxe e vem com a gente, ninguém pode viver sozinho
O que você pensou que era o final é só o inicio do caminho.

Muita hora nessa calma, só o tempo cura
A gente está no mesmo barco, na mesma procura
Muita calma que o sol já vai nascer
Trazendo um dia novo pra você

Você vai rir de tudo isso, espera um pouco mais pro fim da história
Tudo passa, tudo muda, muita calma nessa hora"
Leoni

6 de junho de 2011

Nicko McBrain Live At Guitar Center's Drum

Descobri hoje que ontem (05/06) foi aniversário de Nicko McBrain, baterista da maior banda de Metal da história (pra quem tem alguma dúvida: Iron Maiden), então resolvi postar um vídeo bem legal dele.

Costumo sempre olhar todos os integrantes de uma banda (até o baterista! [risos]). E esse, ao contrário da maioria, me faz apreciar o som da bateria.

Tecladista de jazz nas horas vagas, Nicko McBrain tem um jeito de tocar bastante peculiar e é um dos maiores bateristas do mundo, indubitavelmente. Então aqui vai um pequena homenagem a esse gigante do metal...



E pra quem gosta de Iron Maiden e não sabe ainda, (lembrando que todo mundo gosta de Iron Maiden, mas só alguns descobrem isso) aqui vai uma notícia boa: From Fear to Eternity http://ironmaidenflight666.blogspot.com/2011/06/from-fear-to-eternity-comercial-de-tv.html - CD novo (Compilação).

4 de junho de 2011

Pra Bom Entendedor...

- Ei, Júnior...
- Que foi, Alícia?
- É a Layla. Ela tá afim de ti...
- E eu com isso?
- Ora mais! Ela quer ficar contigo! Com você! Tudo a ver!
- Ainda não achei a relação.
- Eita, meu Deus! É impossível manter um diálogo com essa pessoa.
- Dá sim! Estamos mantendo...
- Mas que coisa! Pessoa difícil, nã!
- Se eu fosse fácil, a Layla não iria me querer.
- Se eu fosse a Layla, não conseguiria entender como estar a fim de ti!
- Minha cara, você não é a Layla. Então, deixe ela continuar a fim de mim... enquanto ela estiver a fim está bom demais. Depois... pronto.

***
- Menina, tu tá é perdendo teu tempo com esse cara. Sai dessa. Lembre que quem tem dois, tem um e quem tem um, tem nenhum!
- Mas eu tenho um e meio. Por essa tua lógica, eu tenho quantos?
- Só meio.
- Ixi... isso é muito ruim! Vou tratar de arranjar mais. Homem pela metade é complicado: eles todos já são uma metade!
- E tem mais: tu acha mesmo que ele só fica contigo?
- Mermã, até no Orkut ele já botou “namorando”!
- É, isso é uma graaaaaaaande prova de amor!
- É sim, Dalila! Namore um cara e vê se ele tem coragem de botar “namorando” no Orkut sem tu pressionar...
- Pensando por esse lado.
- Hum...
- Mas isso ainda não é prova de que ele só fica contigo.
- Mas eu também não disse que fico só com ele...
- É isso aí, amiga! Honestidade acima de tudo...

***
- Lembro sim. Lembro daquele tempo que a gente pensava que se entendia.
- É... e hoje já estamos conformados: não dá!
- Dá sim! Tu é que não me entende!!!
- Então tá. Dá mesmo! E muito!
- Isso é sarcasmo?
- Nãããããão! Jamais...
- Pare de agir como se eu fosse uma boba.
- Mas meu Deus do céu, como é que pode? Eu...
- E fique calado porque até calado você tá errado.
- E o que eu faço, então?
- Vire para o outro lado e durma!

***
E assim segue a vida: homens não entendo mulheres, mulheres não entendendo os homens e um pensando que entende o outro...

2 de junho de 2011

Um Bicho


Hoje eu matei um bicho.
Ele voava baixo;
Eu tirava um cochilo.
Matei-o e me arrependo,
Fiquei triste por isso.
Não era um bicho qualquer:
Parecia comigo;
Parecia grilo.
Uns chamam de esperança –
asas de mulher –
Pra mim era um bicho. Esquisito.
Mas que esmaguei com um dos meus pés.
Era um bichinho: voava tranquilo.
Voava paralelo, na companhia dos pingos
do sereno baixo deste meu domingo.
Era um bicho chato,
Porém amigo,
Se eu tivesse ouvido
O seu viver calado
E não o morrer sofrido.


"Homem - O Bicho do Mundo"


Imagem 1: Google Imagens
Imagem 2: http://ciceroart.blogspot.com/

1 de junho de 2011

Lynyrd Skynyrd - I Know A Little (Live).flv



Depois do pequeno trecho de Vinicius de Moraes aqui embaixo, resolvi postar uma música dessa banda americana muito boa pra dizer que "I know a little"!

Banda muito boa que eu indico...

Testamento


Vinicius de Moraes disse uma vez que “mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão!”. Tudo bem, Vinicius. Entendo-te. Amo-te até, por isso. Pela coragem, pela astúcia. Pela generosidade de presentear nossa vida com a sua e de presentear nosso viver com o seu. Mas devo discordar sobre este verso.

O que eu iria querer com um amor que não compensa se eu já tenho tantos que compensam (e como compensam!)?

Tenho amor de mãe, de pai, de Mãe e de Pai... Amor de irmão, de irmã. Amor de tias, de tios, de avô, de avó. Amor de amigos, de amigas e de amigos de amigos ou amigas. Tenho amor de primo, de conhecido. Amor de próximos e de distantes. Tenho até amor distante. Amor de minha cachorrinha e de meu papagaio (eles nunca disseram “eu te amo”, mas quem disse que precisa mesmo dizer “eu te amo” para amar?!). Tenho amor de companheiros e companheiras, mesmo não amando o companheiro. Amor de professores e de irmãos de sala de aula. Amor de padres, de freiras e de ateus. Tenho amor de forrozeiros e de roqueiros, de gente que ama e de gente que detesta Engenheiros do Hawaii. Amor de pessoas que odeiam o Flamengo e que torcem pela Argentina na Copa do Mundo. Tenho amor de afilhada, de padrinhos e madrinhas, até os que não são meus. Amor de homens e de mulheres. E aqui e acolá uma paixãozinha pra quebrar o gelo... Tenho o amor da música, da literatura e do cinema, que são as formas de amor mais poéticas que existe.

Pra que amor que não compensa? Pra que amar só se compensar? Essa segunda pergunta contradiz a primeira. Mas acontece que não adianta ter todo o amor do mundo se você não quiser ser amado ou não fizer outros terem amor também.

O difícil de amar é o fácil do viver: conhecer. Só do conhecimento nasce o amor, pois não se ama sem conhecer aquele que se ama (sobretudo nós mesmos). E qualquer forma de conhecimento compensa. Por isso não existe amor que não compensa.

Quem sabe essa tenha sido a intenção do Vinicius. Porém se eu não tivesse partido da ideia de discordar dele, eu não teria escrito o tanto de amores que eu tenho e que, por tê-los, tenho a grande missão e a grande alegria de amar mais por já ter tanto amor...

E só uma coisa me faz não me envaidecer por ter tantos amores e ter tanto para amar: a certeza de que amar nunca é demais.

♫"Você que não gosta de gostar
Pra não sofrer, não sorrir e não chorar
Você vai ver um dia
Em que fria você vai entrar!

Por cima uma laje
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão! É fogo, irmão!"♫
Vinicius de Moraes