21 de junho de 2011

Na Coleira


- E aí, rapaz, há quanto tempo...
- Pois é Júlio, acho que foi naquela festa de fim de ano a última vez que te vi, não foi?
- Não, teve o aniversário do Odílio.
- Ah sim, foi mesmo...
- E como andam as coisas, cara?
- Trabalhando, estudando...
- Tu te escondeu, né? Queria ter essa mesma habilidade tua, pros cobradores não me encontrarem em casa!
[risos]
- Eu sumi? Nada... tu também desapareceu! Ouvi o Paulinho dizer que tu tá namorando...
- Rapaz, pois é... era o que eu ia dizer: eu não sumi, eu estou namorando!
[risos exagerados]
- Eu entendo perfeitamente!!!
- Entende? Então só pode estar namorando também...
- Namorando não... tou noivo!
- Meus pêsames!
- Eu juro como em outros tempos eu diria que não é coisa ruim, mas vivendo a situação, é assim... sei lá...
- Que nada, cara! Falando sério, tem coisa melhor não... Nunca pensei que eu algum dia fosse conseguir fazer uma música. Fiz! O que é que o amor não faz?!
- Verdade! Apesar de estar na coleira, eu estou incrivelmente feliz. Nunca me senti assim... nem quando o Vasco ganhou a Copa do Brasil...
- Ahh é mesmo! Fazia tanto tempo, o grito tava tão entalado que gritar depois de séculos foi uma das maiores alegrias da vida dos vascaínos, não é?
- Tá bom... Mas você tá convidado a ir pro casamento. Vamos marcar em breve! Deixa eu ir ali que a mulher tá esperando.
- Vocês tão morando juntos?
- Não!
- Então vamos chamar os caras pra gente sair esse fim de semana... levar uns violões prum bar, tocar, beber, caçar conversa com os outros bebedores... Comemorar a vida!
- Nada, sábado vou jantar na casa dela e domingo ela na minha.
- E no outro?
- No outro a gente vai ao cinema no sábado e jantar fora no domingo...
- Rapaz, mas que diabo é isso? Tu não abusa não?
- E ela deixa?!

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