14 de junho de 2011

A Bela e A Festa

Era a mais bonita do baile,
mas não conseguia ninguém pra dançar.
Se achava feia, mas naquela ocasião
chegou até a se elogiar.

Passou um menino olhando de lado,
porém nem abriu a boca;
percebeu o seu sorriso,
mas não estava tão louca...

Não se atreveria a chamar.
Para ela, o homem é quem pedia.
Embora tudo esteja mudado,
gostava das coisas à moda antiga.

Viu de longe um garoto
olhar com um olhar esquisito.
Não sabia quem era,
mas achou seu rosto conhecido.

Aquela era uma festa diferente:
não tinha motivo nenhum.
E por isso não sabia
O motivo daquele zunzunzum

Todos a olhavam esperando
que ela respondesse o jovem;
Ele não dizia nada,
só aprumava o pólen...

O garoto trazia uma rosa no peito
e um sorriso estampado.
A bela achou aquilo belo
pois era um fato inesperado...

Ninguém mais anda com flor,
ainda mais na altura do coração.
A moda agora é sortear amor
e dar pra algum que rebole no salão.

O garoto vinha caminhando,
e a menina, sem saber o que fazer,
fingiu que tinha alguém alhures
querendo a comprazer.

Não conseguiu fugir do desconhecido,
olhou-o de perto e espantou-se
ao perceber que aquele era um amigo
querido, incrível... um doce.

Não era simplesmente um amigo
era aquele o qual amava.
Na verdade, ela tinha muitos amores,
mas por esse ela era apaixonada.

Conhecia-o desde não sabe quando
só sabia que sempre o amou...
Ainda a intrigava aquela situação,
até que ele lhe contou:

- Estamos no seu aniversário
e você pediu que eu viesse
acompanhar-te nesta noite
cada segundo mais celeste.

Ela não o entendeu falar de céu.
Achou aquilo tudo muito estranho.
Cogitou até um delírio,
mas se tratava só de um sonho...

Acordou quando o garoto
pôs a flor em seu cabelo.
Ela se derreteu toda ao saber
que aquilo não era um pesadelo.

Mas ela acordou e percebeu
que seu amigo ainda era
o mesmo cafajeste, insensível
que era o amor da vida dela.

E se perguntava por que o amava.
E só se explicava dizendo
que, por mais que tentasse,
o amor só ia crescendo...

Mas nunca conseguiu entender
o sentido do sonho daquele dia:
que amor não precisa de mapa,
de explicação ou de filosofia.

E apareceram outros amores
na sua tão gloriosa vida,
até que um dia entendeu
o que era ser querida:

Muitos a amavam,
mas faltava um só:
era o amor por ela mesma
que deveria ser maior.

Então amou, viveu e morreu:
amou amigos e estranhos,
e estranhos que viraram amigos...
na vida de pesadelos, realidades e sonhos!

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