19 de maio de 2011

A Gente Vai Levando...


Texto escrito numa segunda-feira qualquer em que faltou energia no IFPI (logo na primeira aula) e a vontade de xingar sobrou...

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Não sou muito de me reclamar, mas às vezes a pressão sobe e a gente sucumbe ao ofício da indignação...

Coisas como: você entrar num ônibus lotado (em qualquer horário é ruim, mas meio-dia “é o bicho!”) e, misteriosamente, outro ônibus da mesma linha, também lotado, fica no prego. Dentro do ônibus que funciona normalmente, os passageiros entreolham-se com sorrisos irônicos e de infelicidade (sorriso de infelicidade é terrível), como quem sorri dizendo: eu O-D-E-I-O quando isso acontece!

Pra quem não sabe, quando um ônibus apresenta problemas e outro da mesma empresa passa pelo veículo problemático, os passageiros prejudicados pela mecânica defeituosa daquele são convidados a entrar no ônibus “bom” e juntar-se aos demais passageiros prejudicados (pela soma da mecânica defeituosa do outro ônibus e pela mecânica profícua do seu). No fim, todos saem do ônibus (in)felizes para sempre.

Outros momentos merecem a atenção:

> Um ponto de moto-táxi. Maior do que o nome MOTO-TÁXI, está escrito “24 HORAS”. Num determinado momento, você precisa do serviço desse meio de transporte tão criticado. Ao contrário do que dizem os escritos, às 15:00h de uma sexta-feira, não tem nenhum moto-taxista disponível. Ou melhor, o ponto não está disponível. O portão é o atendente... Uma "maravilha"!

> Segunda-feira, oito horas da manhã, você chega no colégio, assiste a primeira aula e, na troca dos professores, falta energia. Que droga! Você sai, vai para o pátio ou simplesmente fica à porta da sala conversando com os companheiros de escuridão. Empolgam-se. A conversa tá ótima. Falam do fim de semana, da derrota do time do amigo, visita do Barack Obama, marcam até um lugar para sair no fim de semana que vem. Mas (MAS) a energia tem que voltar. E voltou! PQP!

> Você está conversando com uma pessoa que há tempos não conversava ou somente aquele homo sapiens (talvez sapiens) que você QUER conversar (uma paquera, um conhecido no meio da multidão, um torcedor do vasco...) e de repente aparece um conhecido do seu conhecido que também não o via a bastante tempo. “E aí, Maria (ou João, depende de quem lê), como você está?”. E você, com aquela vontade de dizer “ela (ele) tá bem. Muito bem. Maravilhosamente bem conversando comigo!”, contém-se e sorri sem mostrar os dentes para ambos enquanto a conversa evapora junto com a água do leve sereno daquela manhã.

> Jogo de futebol no estádio da sua cidade. Um time de fora veio jogar com o time de sua terra. Torcida grande. Zero a Zero. Segundo tempo. Todos sentados, apreensivos. Quarenta minutos, lance perigoso a favor do time da sua terra. O lateral esquerdo vem fazendo tabela com o meia e chega até a linha de fundo quando... o cara sentado na fileira da frente que levou a bandeira do time que torcia (que é o time contrário ao seu) se levanta. Ele é centímetros, talvez metros, maior que você. Tão grande que, mesmo a fileira em que ele está sendo um nível mais baixo que a sua, sua visão fica encoberta. O camisa 9 do seu time fez um golaço. De bicicleta. E você com vontade de dar um "abraço CARINHOSO" no rapaz da frente, aquele gentleman! É a vida...

E tantas outras situações como: tocar a campainha da casa do amigo e ninguém sair pra lhe atender; o cabeleireiro lutando com seu cabelo e a Eletrobrás (eu preferia CEPISA, dava pra fazer trocadilho) prova que é boa e a energia cai enquanto o seu cabelo espera pacientemente a secadora; você ou alguém que está dirigindo o carro que está lhe levando é parado por uma blitz e os documentos não estão no porta-luvas; etcétera, etcétera, etcétera.

Coisas que temos de conviver e de aprender a acostumar-se. É o que a vida faz com a gente: nos torna toleráveis, sociáveis, amáveis e otimistas, quando podemos ver a quantidade de anedotas que vivemos e levamos como se fosse música... “A gente vai levando, a gente vai levando essa manha”.

Ah e um detalhe: isso tudo é porque eu não sou de reclamar!


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