28 de maio de 2011

Crônica Esportiva

Eu queria postar alguma coisa minha hoje, mas me emocionei tanto com um crônica do grande Severino Filho que resolvi postá-la aqui... Há tempos uma crônica não me emocionava como essa me emocionou. Tudo bem que é uma triste inspiração, por falar da triste realidade do futebol piauiense, mas a sensibilidade e a precisão das palavras encantam...

Que os piauienses amantes do futebol nacional se inspirem em algo assim para passar amar o próprio futebol de nossa terra!
***
"Quem acompanha o histórico do futebol do Piauí, sabe que sempre tivemos problemas. Dentro e fora do campo, localizados, estruturais, enfim, de todas as formas. Mas havia sempre uma luz no final do túnel. Hoje ela foi apagada. Estamos em total escuridão. De luto, literalmente. Pensei que já tinha visto de tudo no futebol do Piauí. Me enganei totalmente. O ego, a vaidade, a prepotência, e o despreparo para lidar com o esporte, levaram os responsáveis por River, Parnahyba, 4 de Julho, Comercial, Fluminense, Krac, Princesa do Sul, Caiçara, Oeiras e Picos a jogar o futebol do Piauí no mesmo cesto de lixo que esteve tão próximo deles na eleição da segunda-feira, na FFP. Todos nós, cronistas esportivos, torcedores, treinadores, atletas, fisicultores, massagistas, preparadores de goleiros, roupeiros, árbitros, vendedores ambulantes, todos nós fomos jogados no cesto de lixo. Se um dia esses dez times voltarem a campo, que ninguém jamais esqueça este 25 de maio de 2011."

Severino Filho - 25/05/2011 http://www.acessepiaui.com.br/ba-do-buim

26 de maio de 2011

Prestando Homenagem

Sem muitas palavras e com uma charge do potiguar Ivan Cabral, queria homenagear o nosso grande governador Sorrilson Martins pelas contribuições à nossa educação...

É, Eu Vivo...


É, minha cara,
essa vida nos sufoca.
O cedo parece tarde
e o sempre parece pouco...
Não dá mais pra demorar.
É impossível dedicar-se
ao luar que nasce
ou ao sol que morre.
Não dá mais pra namorar.
E quem nunca namorou
não pode mais sonhar.
As folhas não secam mais
porque não têm tempo de nascer
E amadurecer é utopia,
pois só os sapientes
têm direito de viver.

Mas eu vivo.
Marginalizado por ser alegre
e discriminado por ser feliz.
Me batem porque eu rio
e me xingam quando me emociono.
É o que faço: viver!
Responder sem ser perguntado.
Perguntar com discrição.
Tudo isso aprendido
com o mais belo ser:
você que lê sem ser obrigado -
você que me ensina viver...

24 de maio de 2011

Sorria...

Acordei hoje de manhã lerdo, porém alegre, como sempre. Sem um pingo de vontade de levantar, calçar os chinelos, pegar a toalha e entrar naquele cômodo da casa tão torturante: o banheiro. Lá é onde nos vemos pela primeira vez no dia. Vemos a criatura estranha que aparece no espelho tentando despertar e limpar tanta coisa amarela nos olhos. Mas eu também estava empolgado para ver o olhar, as histórias e, principalmente, o sorriso das pessoas que embelezam a vida.

Terminando a limpeza matutina fui para sala, me vesti e assisti ao telejornal. O apresentador estava gripado (percebi pela voz). A parceira dele errou o texto em um dado momento. Minha mãe conversava algo sobre o ENEM, dizendo que falta pouco para acabarem as inscrições. E a refeição matinal foi completamente ingerida... ia digerindo-a... Pedi a bênção de minha mãe, passei a última camada de creme na região da minha barba mal feita e saí para enfrentar a segunda tortura do dia: o ônibus.

Na parada, dei um bom dia (sorrindo) ao seu João, meu vizinho, e ao seu Antônio, o jovem senhor que vende bombom e vale-transporte. Tive como resposta mãos levantadas e “bom dias” felizes. Um pouco mais, chega outro grande, meu amigo Caio - Naruto. Trocamos algumas piadas, falamos dos professores do IFPI e entramos no torturador da manhã.

É de praxe (aos poucos fui me acostumando) a dar bom dia também para o motorista do ônibus. Meu pai o fazia e, claro, ninguém sabe imitá-lo melhor do que eu. Hoje, dou bom dia (sempre sorrindo) ao motorista por tentar passar um pouco da alegria que tenho pela manhã para aquele que será o responsável pelo meu transporte e pela minha segurança, pelo menos enquanto estivermos enfrentando outra luta (tortura): o trânsito de Teresina, que apesar de não ser uma cidade tão grande assim, tem um trânsito infernal - comparável às nossas temperaturas.

Incrivelmente, desta vez, sentei-me. Realmente incrível! Sentei e continuei a conversa com meu amigo enquanto se aproximou, depois de algumas paradas, uma jovem estudante segurando cadernos e livros com uma mão e o corre-mão do ônibus com a outra. Pensei em dar a cadeira, mas ela estava com a farda de uma escola que ficava a uma curta distância dali. Não dei meu lugar, mas estendi minha mão direita e pedi delicadamente seu caderno e livros para segurar...

Já sei, empiricamente, que o sorriso é a maior, melhor e mais objetiva forma de gratidão. Estou errado? Parece que sim... aquela jovem apareceu nessa manhã para tentar mostrar que eu estava errado ao achar que sorrir é melhor que dizer, mesmo que obrigado: “muito obrigado”! Não quero aqui reclamar da jovem que não quis sorrir pra mim, mas devo confessar que aquilo tirou um tantinho da minha alegria.

Deixe-me explicar o porquê da minha indignação...

Era uma menina muito bonita. Juro que se eu não estivesse de olho em outra bonita acolá e se ela não estivesse tão sem olho e sem sorriso pro meu lado, eu teria coragem. Mas pulemos o romance. Bom mesmo é a crônica. Peguei os livros dela e olhei o rosto distante e indiferente que estava em frente ao meu.

Algumas paradas depois, entreguei os livros e o que vi? Não! Não era o mesmo rosto. Era pior! Talvez fosse a música ambiente, talvez fosse o meu cheiro (ou o fedor. Será? Eita!), talvez fosse a escola em que ela estudasse, talvez fosse o jogo do Flamengo de ontem à noite, talvez fosse... meu Deus, não tinha pensado nisso: a TPM. Enfim, já comecei mesmo a esculhambá-la. Termino. O que vi foi uma cara fechada. Sobrancelhas cruzadas, testa cheia de linhas e nariz inchado. Meu caro e nobre corajoso leitor, afirmo com toda certeza que parecia que eu tinha rasgado alguma página do caderno dela em que o Luan Santana (se ela for uma fã do Luan Santana) autografou! A expressão facial da garota era como se eu tivesse dito que a mãe dela era uma filha da... mãe!

Aquela falta de sorriso, depois de eu ter distribuído tantos por aí, me encheu de uma vontade desesperada de levantar daquela cadeira e de três, uma: ou fazer cócegas nela até ela sorrir; ou puxar as bochechas dela para ver o seu sorriso, mesmo que à força; e/ou o último e mais desfavorável à garota, dar um beijo nela, que era para dar motivos reais para aquela infelicidade e rabugice.

Mas relevei. Entreguei os livros. Deixei de esperar o sorriso e segui conversando com meu amigo sobre a música dos Eagles que miraculosamente encantava aquela manhã alegre (apesar daquela menina) e cheia de luz graças a tantos outros sorrisos que dei e recebi ao longo daquela quinta-feira.

Não deixe de iluminar alguém com seu sorriso. Seja aquele sem mostrar os dentes, seja aquele arregalado. Temos grandes motivos pra chorar e melhores ainda para sorrir, afinal, como dizia o poeta (Vinicius de Moraes): “É melhor ser alegre que ser triste/ alegria é a melhor coisa que existe...”!

23 de maio de 2011

Campanha Contra o Crack...

Na manhã de hoje, dia 23 de maio - dia mundial da tartaruga e (incrível coincidência - se é que isso existe:) aniversário do Rubens Barrichelo, entre outras coisas - foi realizada a Caminhada Contra o Crack, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí em todos os seus campis.

Tomando o passeio central da Av. Frei Serafim, jovens os estudantes do Instituto Federal paralisaram o Centro da Cidade para tocar as pessoas que, no ir e vir de suas vidas, acham que não têm nada a ver com esse seriíssimo problema social. Já as pessoas que passaram por algum conflito devido ao uso de drogas, dão exemplo de como enfrentá-los e superá-los. Prova disso foi a participação dos moradores da Fazenda da Paz.

Um belíssimo evento que serviu não só para mostrar a preocupação dos estudantes com o uso de drogas e suas consequências, mas para a sociedade toda ver que os estudantes não deve ser apenas máquinas de assistir aulas e fazer simulados e provas de vestibular. Devem ser seres humanos. Cidadãos.

Além da caminhada, a movimentação contou com sorteios de brindes e grandes atrações artistícas, dentre elas a apresentação do grande Erisvaldo Borges, violonista e professor do instituto, apresentação de repentistas da terra, alunos do IFPI e do Grupo de Teatro da Igreja Batista.

Encerrado ao som de Brasileirinho (música do mestre Waldir Azevedo) executado por um aluno do IFPI, o evento teve como resultado final a alegria dos alunos por interagirem e por participarem de um movimento de importância social tão grande. Política à parte, a conscientização dos jovens e das pessoas em geral fala mais alto que qualquer demagogia. Parabéns, em primeiro lugar, aos estudantes e parabéns ao IFPI!
Alunos do IFPI de Piripiri também realizaram a Caminhada pelas ruas de sua bela cidade...

Valeu, Ives!rs


Fotos de: Raoni Barbosa (O Dia), Efrém Ribeiro (Meio Norte) e Portal Sem Fronteiras

19 de maio de 2011

A Gente Vai Levando...


Texto escrito numa segunda-feira qualquer em que faltou energia no IFPI (logo na primeira aula) e a vontade de xingar sobrou...

***
Não sou muito de me reclamar, mas às vezes a pressão sobe e a gente sucumbe ao ofício da indignação...

Coisas como: você entrar num ônibus lotado (em qualquer horário é ruim, mas meio-dia “é o bicho!”) e, misteriosamente, outro ônibus da mesma linha, também lotado, fica no prego. Dentro do ônibus que funciona normalmente, os passageiros entreolham-se com sorrisos irônicos e de infelicidade (sorriso de infelicidade é terrível), como quem sorri dizendo: eu O-D-E-I-O quando isso acontece!

Pra quem não sabe, quando um ônibus apresenta problemas e outro da mesma empresa passa pelo veículo problemático, os passageiros prejudicados pela mecânica defeituosa daquele são convidados a entrar no ônibus “bom” e juntar-se aos demais passageiros prejudicados (pela soma da mecânica defeituosa do outro ônibus e pela mecânica profícua do seu). No fim, todos saem do ônibus (in)felizes para sempre.

Outros momentos merecem a atenção:

> Um ponto de moto-táxi. Maior do que o nome MOTO-TÁXI, está escrito “24 HORAS”. Num determinado momento, você precisa do serviço desse meio de transporte tão criticado. Ao contrário do que dizem os escritos, às 15:00h de uma sexta-feira, não tem nenhum moto-taxista disponível. Ou melhor, o ponto não está disponível. O portão é o atendente... Uma "maravilha"!

> Segunda-feira, oito horas da manhã, você chega no colégio, assiste a primeira aula e, na troca dos professores, falta energia. Que droga! Você sai, vai para o pátio ou simplesmente fica à porta da sala conversando com os companheiros de escuridão. Empolgam-se. A conversa tá ótima. Falam do fim de semana, da derrota do time do amigo, visita do Barack Obama, marcam até um lugar para sair no fim de semana que vem. Mas (MAS) a energia tem que voltar. E voltou! PQP!

> Você está conversando com uma pessoa que há tempos não conversava ou somente aquele homo sapiens (talvez sapiens) que você QUER conversar (uma paquera, um conhecido no meio da multidão, um torcedor do vasco...) e de repente aparece um conhecido do seu conhecido que também não o via a bastante tempo. “E aí, Maria (ou João, depende de quem lê), como você está?”. E você, com aquela vontade de dizer “ela (ele) tá bem. Muito bem. Maravilhosamente bem conversando comigo!”, contém-se e sorri sem mostrar os dentes para ambos enquanto a conversa evapora junto com a água do leve sereno daquela manhã.

> Jogo de futebol no estádio da sua cidade. Um time de fora veio jogar com o time de sua terra. Torcida grande. Zero a Zero. Segundo tempo. Todos sentados, apreensivos. Quarenta minutos, lance perigoso a favor do time da sua terra. O lateral esquerdo vem fazendo tabela com o meia e chega até a linha de fundo quando... o cara sentado na fileira da frente que levou a bandeira do time que torcia (que é o time contrário ao seu) se levanta. Ele é centímetros, talvez metros, maior que você. Tão grande que, mesmo a fileira em que ele está sendo um nível mais baixo que a sua, sua visão fica encoberta. O camisa 9 do seu time fez um golaço. De bicicleta. E você com vontade de dar um "abraço CARINHOSO" no rapaz da frente, aquele gentleman! É a vida...

E tantas outras situações como: tocar a campainha da casa do amigo e ninguém sair pra lhe atender; o cabeleireiro lutando com seu cabelo e a Eletrobrás (eu preferia CEPISA, dava pra fazer trocadilho) prova que é boa e a energia cai enquanto o seu cabelo espera pacientemente a secadora; você ou alguém que está dirigindo o carro que está lhe levando é parado por uma blitz e os documentos não estão no porta-luvas; etcétera, etcétera, etcétera.

Coisas que temos de conviver e de aprender a acostumar-se. É o que a vida faz com a gente: nos torna toleráveis, sociáveis, amáveis e otimistas, quando podemos ver a quantidade de anedotas que vivemos e levamos como se fosse música... “A gente vai levando, a gente vai levando essa manha”.

Ah e um detalhe: isso tudo é porque eu não sou de reclamar!


18 de maio de 2011

Não Calar Jamais

Se o mundo enxergasse de verdade
O que está bem além da canção
Não estaríamos vendados nem preocupados
Com o que passa na televisão.

Seria como esquecer os que só têm razão
E nada mais...
Os da nossa geração
E os de muito tempo atrás.

A terra invade a cidade
Como a cidade invadiu os corações.
O preço que se paga
É, às vezes, mesmo alto demais.

E o medo é o que paira no ar
Que um dia já foi lilás.
A flor sussurra quieta
Pra não ter que se calar
Jamais!



Imagens: Rio Parnaíba - Margi Moss/ Flor Escondida - Egore

A Quimica do João Cláudio

O vídeo abaixo é do programa apresentado por ele, nosso maior humorista e grande piauiense, João Cláudio Moreno na TV Pioneira (hoje, Cidade Verde).

Resolvi postar este vídeo pra mostrar o que de melhor nós temos no humor (mesmo sendo um vídeo antigo - depois posto um recente) e para fazer meus amigos de IFPI sorrindo ao ver o João Cláudio imitando o grande Pádua, nosso querido professor de Sociologia.

Divirtam-se e sigam assistindo os demais vídeos desse humorista que, para mim, é o melhor (se existe esse lance de melhor/pior) do mundo!:D

15 de maio de 2011

Djavan - Palco

Ouvindo "Ária", álbum mais recente do grande alagoano Djavan, me emocionei ouvindo essa belíssima versão da música Palco de Gilberto Gil. Vale a pena sentir a poesia dessa música na bela voz de Djavan e na ótima execução dos músicos que o acompanham.

Melodia + Poesia = Música boa! Equação fácil de se resolver e de amar...



13 de maio de 2011

Seja... Felicidade


Pra que a desalegria de viver?
Só há felicidade onde há vida,
pra que essa tristeza?
Essa cara fechada?
Essas sobrancelhas parecendo lua minguante?
Esses lábios trêmulos
e esses olhos fundos?

Quero ver sua boca como n’outro dia:
luar crescente.
Seus olhos como farol
e teu sorriso parecendo o sol poente,
te fazendo lembrar que as lágrimas da cebola
só existem enquanto ela está sendo cortada.

E se teu choro agora parece chuva -
queda d’água do alto da ribanceira -
quero que se lembre que até para morrer
é preciso estar vivo!

Não é que eu queira vê-la chorar sorrindo.
Só te quero consciente:
a tristeza é antevéspera de tristeza,
que é véspera de felicidade:
antevéspera da mesma!

11 de maio de 2011

Porque existe a TPM...


Enquanto lá no Congresso Nacional vai uma briga néscia por causa de homofobia, aqui no meu blog quero divagar sobre a criatura mais perfeita desta vida: a mulher. Mas não vou falar do encanto feminino e sim de uma coisa que nos faz, ao mesmo tempo que massacrados, ainda mais apaixonados por vocês... a TPM! E tudo em clima de Salão Internacional de Humor do Piauí...

***
Tudo bem! Mario Prata tava certo: tudo que um homem faz é por causa de (no mínimo) uma mulher. Mas tem me deixado indignado certas situações em que a mulher tira vantagem, mesmo com tantas vantagens que ela já tem.

Já ouvi histórias que a mulher usa o cérebro melhor do que nós homens, histórias que ela é mais atenta e sabe otimizar o tempo e etc. Concordo em grau, gênero e número. As mulheres são bem mais evoluídas que os homens. Sempre foram. Mas tirar vantagem com todas essas vantagens que já possuem é demais.

Poderia falar de uma infinidade de coisas: a garota que faz o namorado passar pelas situações mais ridículas possíveis – ridículas aqui quer dizer constrangedoras, ok?; a mãe que diz pro filho que ele pode fazer aquilo do jeito que ele quer, que ela não se importa, mas deixa implícito (explícito, às vezes) que ele vai se dar mal se fizer do jeito dele; a mulher que faz o homem andar sempre barbeado, cheiroso, banhado, bem vestido exatamente para sentir que pode exigir isso do homem, mesmo sem exigir; a menina que faz os meninos pararem o futebol ou então correr mais depressa para fazer as jogadas mais incríveis só para ser percebido pela donzela que passa... Poderia falar de todas essas e muitas outras, mas quero falar de uma, em especial: a TPM.

Essa, de longe, é a pior sigla que existe. Falam de INSS, IPTU, IPVA, ICMS, IFPI, CPMF, ELETROBRÁS, ENEM, falam até do DEM e do PT... Mas essa é que é o diabo: TPM. O significado é eufêmico. O que mata é o efeito desse estado mensal em que a mulher se encontra ou diz se encontrar.

Desculpem-me as mulheres, mas acontece que de vez em quando duvido da veracidade da Tensão Pré-Menstrual. Não é que não entre em minha cabecinha o fato de vocês sofrerem com a saída indesejada de um ovulozinho fofo e invisível: o estresse, as variações imediatas de humor, as cólicas e as cefaleias, a sensibilidade, o cansaço e o suor frio (tem mesmo isso ou eu já tou confundindo com outra coisa?).


Parece que a TPM foi criada para o homem perceber o quanto é inferior. Todo mês, a mulher tem um período em que pode destruir um homem (seja batendo nele mesmo ou somente conseguindo dele tudo que ela quer) e com uma justificativa. Nós homens não temos isso. Não temos um período em que nos estressamos e somos compreendidos, não temos uma época do mês, do ano ou da vida ao menos, em que somos bajulados, bem tratados e bem cuidados enquanto maltratamos todos à nossa volta.

Se uma mulher grita "no pé do seu ouvido" antes mesmo de você dar motivo para que ela grite, na TPM, aquilo deve ser encarado com normalidade e, em alguns casos, até incentivado. Se uma mulher chora, na TPM, não basta cantar “encosta a cabecinha no meu ombro e chora”, pois ela não obedece ninguém e nem sorri com esses micos que a gente se dispõe a pagar por elas. A mulher deve ser compreendida nos 365 dias do ano, mas deve ser adulada ainda mais durante uns 50 (isso aproximadamente, e de cada mulher).

E tudo bem que não tenha dia pro homem mudar o humor e ser tolerado. Nós nascemos para aguentar a TPM, bem mais do que qualquer outra sigla: é nosso dever calar quando a mulher gritar e abraçar quando ela chorar; dar a cara para ela bater e, ainda assim, massagear suas costas; concordar com grandes atrocidades e dizer que todos estão errados em discordar dela; usar no vocabulário palavras no diminutivo e não xingar, mesmo que em pensamento; entender se ela não estiver a fim, seja de “ficar” (não me sinto bem usando essa expressão, mas tudo bem!) ou simplesmente de dar atenção... Nossa recompensa é a existência do ser mais belo que existe.

E mesmo maltratados, sofridos, insultados e ofendidos, precisamos ser fortes sem que elas reconheçam que somos. Por isso então, deve ser compreensível o fato de que, mesmo já tendo tudo, elas ainda têm a TPM - nossa rival, a vilã da história - mas é o que faz a gente entender que mulher é um ser tão incrível que mesmo quando ela se diz destruída, acabada e morta, continua linda, majestosa, continua mulher.

E não tem nadinha, só são alguns dias de TPM. Logo acaba. Elas voltam ao "normal". E o estresse, a raiva, a ansiedade e a sensibilidade, as carinhas de choro e as sobrancelhas fofas e exigentes voltam a não ter a explicação de que é tudo culpa da TPM, mas, mesmo assim, toleradas, respeitadas, incentivadas, compreendidas e amadas. Esse é o normal delas e o que nos deixa apaixonados tão fácil e inevitavelmente.

10 de maio de 2011

A Meninazinha

Escrito há alguns meses, quando eu ainda não conhecia essa meninazinha. Escrevi isso olhando pra ela de longe. Hoje, não faria mais algo assim...

***

Eu já sou apaixonado por sorriso,
naturalmente,
mas percebi que riso desconhecido
tem um brilho diferente,
misterioso, escondido,
quando me apareceu a menina,
que até já lhe havia escrito
(ela coube em outra rima).
Então vim falar só dela,
a menina do sorriso bonito!
Aquela do riso simples
e que nunca acaba...

“Alegria é a melhor coisa que existe”
e só por isso,
tô escrevendo pr’alguém
que nem conheço direito,
que só vejo de longe
como vejo também
tantos outros distantes
que cruzo nos corredores estreitos.

Pois é, meninazinha!
Não dá pra escrever muito de ti
porque só amo o teu sorriso.
Dá para escrever muito,
como deu pra ver aqui,
porque não te conhecer
me fez escolher bem
as palavras pra você.

“A hora do sim é o descuido do não!”
e nós ainda estamos no ‘não’,
no olhar e tirar a vista
por causa da distância
efêmera, porém em questão!
Até algum dia, então...
e se não souber quem sou,
basta saber que sou o cara do violão.
Pra saber mais de mim, basta saber:
costumo ficar de recuperação;
gosto de rir e de estar a disposição;
sou filho de Deus e Ele é o meu patrão;
quase não assisto mais televisão;
não ouço swingueira, só canção;
não sou governista nem sou de oposição;
gosto mais de ‘sim’ do que de ‘não’;
sou dos que comem arroz com feijão;
e dos que pensam e vivem em função
do amor, do riso e do coração.

8 de maio de 2011

Jobim Sinfonico - Se Todos Fossem Iguais a Você



Não tinha como escrever algo que fosse à altura das mães (às minhas e às de todos nós), por isso resolvi pedir a ajuda de nossos grandes amigos Vinicius de Moraes e Tom Jobim, interpretados pelo nosso outro grande amigo Milton Nascimento...

Feliz dia das Mães: às mães de hoje e às mães de amanhã; às que são mães sem ter dado a luz; às que se veem como mães e às que escondem o desejo de ser; às que são mães de seus amigos e às que são mães de si próprias... todo dia é dia de vocês, mas hoje é um pouquinho mais especial!

Ser mãe é mais do que ser um pouco mais mulher. Ser mãe é ser também muito mais humana e muito mais do que Deus quer!

6 de maio de 2011

Teresina Rock


Que me perdoem os fãs do Piauí Pop, do Festival de Inverno de Pedro II, da Micarina, do Piauí Fest Music, do Rock in Rio... mas bom mesmo é o Teresina Rock. Tudo bem que o evento não existe pra fazer competição com os demais. Mesmo sem o reconhecimento que deviam, as bandas piauienses não precisam competir - já são maravilhosas sem essas besteiras.

Nem só de reconhecimento vive uma banda, mas é sempre bom prestigiar esses talentos que orgulham tanto a poucos e que poderiam fazer parte da vida de milhões que nem conhecem a música de seu próprio estado.

Junto com o 28º Salão Internacional de Humor do Piauí (um dos maiores eventos do nosso calendário), acontecerá o Teresinar Rock. Pra explicar o que isso, nada melhor do que pôr aqui o release do evento e o link para maiores e melhores informações...

"Repleto de grandes novidades, o Teresina Rock deste ano promete ser um sucesso ainda maior do que as edições passadas. Sendo consagrado como um evento dentro do próprio Salão Internacional de Humor, o Teresina Rock, que acontece dos dias 9 a 15 de maio, já aderiu às agendas dos grandes festivais do estado. Isso porque sempre promove shows com as melhores bandas do circuito alternativo piauiense. Mas em 2011 não serão apenas as bandas locais que terão o prestígio de subir ao palco montado na Central de Artesanato, localizada na Praça PedroII, no centro da cidade. Chegamos, então, à maior novidade deste ano: o Teresina Rock vai contar,com o grande som de três bandas nacionais para agitarem ainda mais a noite ao lado de dignos nomes locais. O multi-artista Zéu Britto, a banda pernambucana Mombojó e a metálica Korzus são os nomes confirmadíssimos para o festival de 2011."

http://www.teresinarock.com/

* Todas as imagens são do site oficial do evento.

2 de maio de 2011

Vento de Maio

"Oi você, que vem de longe
Caminhando há tanto tempo
Que vem de vida cansada
Carregada pelo vento
Oi você, que vem chegando
Vá entrando, tome assento

Desapeie dessa tristeza
Que eu lhe dou de garantia
A certeza mais segura
Que mais dia, menos dia
No peito de todo mundo
Vai bater a alegria

Oi, meu irmão, fique certo
Não demora e vai chegar
Aquele vento mais brando
E aquele claro luar
Que por dentro desta noite
Te ajudarão a voltar

Monte em seu cavalo baio
Que o vento já vai soprar
Vai romper o mês de maio
Não é hora de parar
Galopando na firmeza
Mais depressa vais chegar"
Torquato Neto

1 de maio de 2011

O Dezoito


Texto escrito há alguns meses. Quando acabara de fazer dezoito anos...
***
Ganhei as chaves de casa! Agora eu já posso chegar depois das dez, já posso votar, já posso tirar a carteira de motorista, já posso ser preso, já posso até trabalhar (isso eu, por enquanto, passo). Essas e outras pareciam ser as consequências dos dezoito anos. Com dezoito anos e alguns dias, percebo que muito disso é ilusão. Mas o que seria de nós sem a ilusão? Sem o deleite de sonhar com o ideal?

A menina, aos quinze, debuta e por isso se sente mais mulher, mais livre. Já pode namorar e dizer para os pais que namora. Namorar mesmo, há tempos já o fazia. Os pais, que de bobos não têm nada, já sabiam que a menina já era flor cheirada há muito tempo, apenas fingiam não saber ou queriam não acreditar.

O menino, aos quinze, continua sendo menino. Nada aconteceu de extraordinariamente diferente. O homem não tem o ciclo menstrual para dizer que passou de uma fase para outra. Homem mesmo ainda demora. Estou me convencendo de que nem com os dezoito vem o reconhecimento da masculinidade. Acontece que aos quinze o menino é menino e aos dezoito ele só é “uma tirinha” mais crescido.

A maioridade penal tem um peso grande. De resto, nada mais é diferente. Quando eu tinha dezesseis já parecia ter dezoito. Não mudou muito. Muda mesmo pra quem tem dezoito e tem cara de dezesseis. Aí os documentos entram em ação!

Opa! Já ia esquecendo... muda sim! Com dezoito, as meninas de quinze começam a olhar diferente. O garoto, sonhador com as de 21, percebe que as debutantes riem mais com as besteiras juvenis que saem da boca do que acabara de completar dezoito (olha só que discriminação: quem faz dezoito nem nome tem!). Parece que ter feito dezoito fez o cara ficar mais atraente, pelo menos para as mais novas.

Falam da variação do humor... nem ando sentindo muito isso não. Parece acontecer muito mais no pré-dezoito e no pós-quarenta. Ao meu redor, os de dezoito ouvem mais e falam mais também. Brigam menos e discutem mais. Cobram e se indignam quando outros não cobram e têm um cuidado com os estudos diferente dos que lhe sucederão. Talvez aí mora uma diferença.

O que eu esperava (com desconfiança) era mais respeito e mais confiança dos mais velhos. Pra quem é mais novo, nós, os de dezoito, já somos confiáveis e respeitáveis (muito embora alguns não sejam tão respeitadores), porém os mais velhos... Parece que nunca o girino vai virar sapo. Nossas opiniões são infantis e nossas decisões provisórias. Não generalizo, mas eis aí uma coisa que os “maduros” poderiam aprender conosco: a provisoriedade das nossas decisões. Mudamos de opinião quando nos convencemos. Nossa cabeça ainda não está tão dura.

Tudo bem que isso não acontece com todo mundo e tudo bem que todo mundo tenha queixa com algum recém ganhador da maioridade. Isso é perfeitamente compreensível! Muitos de nós damos motivos de sobra para tais pensamentos. Só gostaria que os “maduros” não se vissem como maduros e os jovens não se vissem como “verdes”. E aqui não falo dos “maduros” como sendo os adultos. Falo dos “maduros” de todas as idades. O rio corre na terra encharcada e na terra seca. Da mesma forma, a vida é vida para os maduros, verdes, até para os que pensam estar apodrecendo. E ninguém vive já sabendo de tudo. Enquanto houver vida, haverá coisas para se aprender. Será preciso até aprender a ensinar, que é para onde todo ser humano caminha.

E com uma pequena inclinação pelo velho, agora já me sinto mais à vontade para dizer que ouço Eric Clapton e que gosto das canções de Noel Rosa. Com dezoito, as opiniões são um tantinho menos questionáveis. Já se aceita mais. Pelo menos entre os outros jovens. E que bom que existem jovens de quarenta, de sessenta e que ainda existem jovens de dezoito.