Para homenagear a Cultura vou usar dois poemas. Um de Torquato Neto. O primeiro poeta que conheci e hoje o que mais admiro. E vou usar um poema dele já incluindo para os muitos que vou usar ao longo deste mês de seus aniversários: de vida, no dia 09, e de morte, no dia 10. O outro poema é da poetisa que conheço a menos tempo e que está mais difícil dizer que amei sua poesia. Quando leio poeta que não é piauiense eu fico com uma espécie de ciúme ao contrário, como se os poetas daqui estivessem me olhando torto enquanto eu leio esse outro de outro lugar. Tento brigar comigo mesmo para resistir à poesia. Mas sou fraco. Não brigo com ninguém, nem comigo mesmo. Tanto não brigo que a prova viva de que o encantamento que os poemas dessa "bacharel metida a poeta" (palavras dela) tem me dado já é maior que os meus "ciúmes ao contrário" é colocar um poema seu aqui, mostrando que a cultura não se perde no tempo. Ainda é viva hoje. À revelia dos que pensam que não existe mais poesia, nem música e nem cultura nos dias atuais...
Vou fazer a louvação
Louvação, louvação
Do que deve ser louvado
Ser louvado, ser louvado.
Meu povo, preste atenção,
Atenção, atenção.
Repare se estou errado:
Louvando o que bem merece
Deixo o que é ruim de lado,
E louvo, pra começar,
Da vida o que é bem maior,
Louvo a esperança da gente
Na vida, pra ser melhor
Quem espera sempre alcança
Três vezes salve a esperança!
Louvo quem espera sabendo
Que pra melhor esperar
Procede bem quem não pára
De sempre mais trabalhar
Que só espera sentado
Quem se acha conformado
Vou fazendo a louvação
Louvação, louvação
Do que deve ser louvado
Ser louvado, ser louvado
Quem 'tiver me escutando
Atenção, atenção
Que me escute com cuidado
Louvando o que bem merece
Deixo o que é ruim de lado
Louvo agora e louvo sempre
O que grande sempre é
Louvo a força do homem
E a beleza da mulher
Louvo a paz pra haver na terra
Louvo o amor que espanta a guerra
Louvo a amizade do amigo
Que comigo há de morrer
Louvo a vida merecida
De quem morre pra viver
Louvo a luta repetida
A vida pra não morrer
Vou fazendo a louvação
Louvação, louvação
Do que deve ser louvado
Ser louvado, ser louvado
De todos peço atenção
Atenção, atenção
Falo de peito lavado
Louvando o que bem merece
Deixo o que é ruim de lado
Louvo a casa onde se mora
De junto da companheira
Louvo o jardim que se planta
Pra ver crescer a roseira
Louvo a canção que se canta
Pra chamar a primavera
Louvo quem canta e não canta
Porque não sabe cantar
Mas que cantará na certa
Quando enfim se apresentar
O dia certo e preciso
De toda a gente cantar
E assim fiz a louvação
Louvação, louvação
Do que vi pra ser louvado
Ser louvado, ser louvado
Se me ouviram com atenção
Atenção, atenção
Saberão se estive errado
Louvando o que bem merece
Deixando o ruim de lado
Torquato Neto
Contradições
No meu coração toca um refrão
Na minha banda, antítese rima com paráfrase.
Metáfora com anacronismo
E hipérbole com onomatopéia
Na minha vida sorriso conjuga com lágrimas,
Raiva com alegria,
Beijo com tapa,
Viola com violão
No meu relógio, hora marcada é atrasada.
meio-dia são duas horas,
seis horas são meia noite e seis,
e três são nove horas.
No meu céu, as nuvens negras,
brilham como ouro ao toque da luz.
A lua beijou o mar,
e o mar beijou o sol.
Belo triângulo amoroso
Pode publicar, claro!
ResponderExcluirEsta poesia é uma das que mais gosto!
Coitadinha, nunca ganhou nenhum concurso(rs).Mas pra mim, é a melhor!