Rivanildo Silva: ...

19 de setembro de 2011

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“Por que será que a gente às vezes amanhece assim triste, olhos pesados, uma vontade inexplicável de chorar, de abraçar alguém que nos possa passar a mão de leve pelos cabelos?”

(Do romance "Clarissa" - Erico Verissimo)

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Sou Rivanildo...
Gente, filho
Do Sr. Agostinho,
Neto, sobrinho,
Afilhado, padrinho,
Jovem, menino,
Aluno, amigo;
Discuto e brigo,
Canto e rimo,
Amo e xingo;
Não sou dançarino,
Não sou de partido,
Não faço pedido,
Não ando sozinho,
Não sou disso,
Não sou aquilo;
Ouço Engenheiros, Chico,
Zé, Renato e Toquinho;
Leio Clarice, leio Vinicius,
Leio Raquel, leio Verissimo;
Peso alguns quilos,
Cresço milímetros;
Doente e sadio;
Popular e erudito;
Sou esquisito;
Jogo caindo
Com medo de carrinho,
Demoro caído
E me esqueço do apito.
Só não me ergo lindo.
Não sou esses bonitos,
Mas sou apaixonado por sorriso,
Por unhas e carinho;
Não me resumo nem me divido,
Vou por inteiro. Decidido;
Sou cheiroso, às vezes fedido,
Perfeccionista e impreciso;
Sou fã dos cães e dos esquilos,
Da Maria Izabel e do bolo de milho;
Sou aberto, mas não sou livro,
Esperto, compreensível;
Não passarei, não passarinho;
Detesto fuxico;
Sou modesto e querido,
Teimoso quando cismo;
Amo Jesus Cristo.
Não discuto. Acredito!;
Não espero. Sigo;
Às vezes fujo do perigo,
Mas me arrisco;
Toco tímido,
Tapo os ouvidos
Quando canto. Desafino.
A música é meu vício,
O ouvir meu brilho
E viver meu desatino...
Ser feliz meu compromisso
E é pra amar que tenho vivido.
Sou Rivanildo,
Da Chapada do Corisco,
Do violão e do sino,
Da igreja e do circo,
Da esquina e do cortiço,
Do suor e do frio,
Do Sol e do chuvisco,
Da leitura e do lirismo,
Da juventude, do asilo,
Do lembrado e do esquecido,
Do cheio, do vazio,
Da vida. Do infinito!