O que faz as eleições serem eleições é o baixo nível. Quando há candidatos que tenham ficha limpa e que tenham inúmeras qualidades, deve-se desconfiar. E não acontece diferente neste ano. O pário tá duro... Com certeza, a indecisão nunca foi tão certa. Os candidatos estão nos deixando mais em dúvida do que nunca, os debates nunca foram tão engraçados e a propaganda na televisão nunca foi tão difícil de assistir.
Eu sou um telespectador por natureza, mas, sinceramente, essa tá difícil. Tá difícil ver o Francisco Macêdo e o Levy Fidelix nos horários gratuitos e a Teresa Brito nos debates. Tá difícil até assistir telejornais, pois todo dia tem que aparecer o Wilson Martins perdoando pecados, ou a Dilma (candidata que mais deu trabalho ao photoshop) dizendo que quer continuar o "projeto do Lula", ou o Heráclito Fortes esculhambando o Ciro Nogueira que parece que fala com medo da voz estourar nossos ouvidos. E ainda tem o Eymael (♫"Um democrata cristão.."♫)... Enfim, não dá pra ser politicamente correto e colocar o nome deles todos aqui.
Tava ali assistindo uma entrevista do Geraldo Carvalho no programa do Amadeu Campos (o programa que mais enche o saco com eleição) e eis aí mais uma coisa que eu não aguento em todas as eleições. O PSTU que todo ano defende uma proposta socialista mas que sequer tem uma proposta governista. Agem como se mudar a estrutura social fosse resolver todos os problemas do planeta. É preciso ter a consciência de que se, algum dia, nós víssemos todos os problemas do mundo serem resolvidos ainda iria ter uma coisa errado: nós estaríamos vivos. Não estou aqui dizendo que o homem vivo é um problema, apenas que nós (vivos) trazemos os problemas.
E essa inconsistência na esquerda não me deixa feliz não. Apesar de não acreditar e não apoiar os movimentos socialistas (na verdade, não apoio nada), penso que é preciso haver uma esquerda sempre, que faça oposição sempre e que seja sempre responsável. A eleição de 2002 provou que "o poder é como violino. Toma-se com a esquerda e toca-se com a direita." (Esperidião Amim). Penso ser dispensável a explicação acerca disso. E é também em virtude disso minha oposição ao tão ideal, magistral e perfeito "projeto do companheiro" Lula.
Na contramão da continuação desse projeto, jamais votaria no Serra que, sendo do PSDB (tendo sido do PMDB e da UNE), hoje defende até a "evolução" desse "projeto" (13º do Bolsa Família, parafraseando o craque Neto, "é brincadeira!!!") e que é, como diz Zózimo Tavares, antiecológico até no nome. Logo, também não votaria na Dilma, a mulher que eu não sei se é mulher do Lula ou se é mulher da Erenice Guerra. Pois é o "projeto do Lula" em forma de mulher, projeto esse que, até agora, no meu texto, esteve entre aspas por eu não considerá-lo projeto!
Ainda sobre os candidatos à presidência, tem a Marina Silva que, às vezes, parece não ter noção, como a quase totalidade dos seres humanos, da importância do que ela diz defender:o desenvolvimento sustentável, mas que falta, pelas propostas dela, ser também responsável. O Plínio Arruda é o "cqc" dos candidatos. Quando o vejo calado tenho sempre a impressão de que ele tá perdendo os sinais vitais. O certo é que a única pessoa do PSOL que eu votaria, se candidato fosse, seria a Heloísa Helena. Por quê? Não sei... acho que de tanto ela dizer "vote cinquenta", na eleição passada!
Para os candidatos ao governo falta uma coisa só: vontade de ser governador. Mesma coisa que faltou ao Luís Inácio. Não tenho raiva dele por ele ter sido eleito e, depois de eleito, ter viajado a todos o lugares do mundo que eu também tenho vontade de viajar. Na realidade, não tenho nem raiva dele. Só não gosto do tanto que ele foi político e do tanto que ele não foi presidente nos últimos 7 anos e 9 meses.Tirando Wilson Martins, Major Avelar e o Francisco Macêdo, acho que todos dariam bons governadores (até o Romualdo Brazil), se assim quisessem. Os três primeiros lá, acho que seria impossível.
E, pra completar, dois fatos marcaram essa eleição: a Lourdes Melo metendo o pau nos juízes (coisa que todo mundo faz, mas que só ela teve coragem de fazer na frente deles) e o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, ter dito "Meu voto não vale mais que nenhum dos outro juízes", quando perguntado se queria desempatar a votação que decidia sobre a aplicação da Lei da Ficha Limpa nessas eleições (resposta escape ou resposta honesta?)...
Então, na condição de não-eleitor (ainda), termino meu texto desejando a todos que tomem cuidado com as escolhas e que rezem muito pra que não seja preciso deixar de votar para que o voto não seja desperdiçado. Difícil! Mas é só difícil!

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