Resolvi falar da minha preocupação com a língua hoje...
Alguns amigos meus falam que é um saco conversar comigo pela internet, pois eu gosto de usar as letras maiúsculas na hora certa e as pontuações nos lugares que elas devem estar. Qual é o problema disso? Tudo bem, eu admito... sou um chato, quase um Policarpo, mas é porque tem que ter gente assim. Faz parte do equilíbrio. Da cadeia alimentar (dessa eu acho que não, não é?).
Eu me preocupo em usar bem a língua que me foi dada porque a gente costuma preservar o que é nosso e o que a gente usa. No caso da língua, há uma motivação a mais: se eu não me preocupar com essa língua (a que eu falo e escrevo), com qual língua eu vou me preocupar? A outra língua a que me refiro é essa mesmo: a língua da boca.
Como disse, a gente preserva o que a gente usa e a língua da minha boca eu só uso pra falar. Há um bom tempo que ela não tem outra função. Problema? Mais ou menos! Acabo sendo discriminado por não trocar saliva com umas três meninas diferentes em toda festa que meus amigos me chamam pra ir.
Esses são tempos difíceis, meus caros. A exemplo de alguns, tenho tido medo dessa outra função da língua. Tá difícil saber se você está cortejando uma mulher ou um ex-homem. Se bem que não se corteja mais ninguém, exceto quando o "cortejo" é aquele que segue um funeral...
É verdade, ninguém corteja mais! A internet não deixa! "Cortejar uma dama". Lia isso em livros na esperança de um dia fazer, mas isso não existe mais. Até porque hoje quase não existem mais damas. Mas é isso mesmo. Nem tudo dura pra sempre (exceto o José Sarney e o Ricardo Teixeira, claro!): até a Dercy Gonçalves morreu!
E assim vou vivendo: sendo discriminado por usar a crase e outras regras gramaticais corretamente nas conversas à distância; sofrendo bullying por acreditar, sonhar e lutar por um amor perfeito; e sobrevivendo às salivas das damas das festas de hoje em dia.
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