22 de outubro de 2024

“A bênção, João de Deus...”



O dia em que a Igreja celebra São João Paulo II (que não é o dia da sua morte, mas o dia de sua primeira missa como papa) é um dia saudoso demais para quem viveu, ainda que pouco, do seu pontificado. Deus não me mandou pra cá antes de 1980, então não tive a alegria de vê-lo pessoalmente em sua passagem por Teresina. Pelos testemunhos que ouço, esse deve ter sido o dia mais importante da história de nossa cidade. 


Mas acompanhei pela TV a sua visita ao Brasil em 1997. Eu só tinha 4 anos, mas tenho a lembrança nítida demais de todo mundo em casa preocupado em gravar numa fita K7, comprada pelo meu pai com antecedência exclusivamente para aquele fim, a cobertura da Rede Vida, da Manchete ou de onde o sinal estivesse bom. Depois disso, perdi a conta de quantas vezes minha mãe ou meu pai colocavam essa fita pra assistir, esse último sempre derramava uma lágrima ou outra quando começava a música “Porque Ele vive”. São João Paulo II morreu no dia 02/04/2005; meu pai, dia 03/04/2005. 


Outra que já era devota dele muito antes de sua canonização era minha avó. Tinha um quadro enorme dele no quarto, e diante dele vivia rezando, pedindo sua intercessão. Enfim, a memória de São João Paulo II não é a memória de alguém distante que morreu e virou santo. É, na verdade, a memória de alguém quase da família que já era santo quando estava aqui presente fisicamente entre nós e não cansava de nos convidar a não ter medo de sermos santos também, pois é Cristo quem nos convida e nos dá força para tal. 


O que acho mais engraçado é: todo ano tenho uma dificuldade danada para escrever algo neste dia, porque antes, durante e depois da escrita sou sempre atrapalhado pelas lágrimas nos olhos: lágrimas de saudade, mas também lágrimas de gratidão pela esperança que Deus semeou e, através de São João Paulo II, rega em nosso coração. 


São João Paulo II, rogai por nós!

11 de setembro de 2024

23 do 11


O horror deu o recado a esse símbolo do Ocidente e mesmo hoje, 23 anos depois, ainda tem gente preocupada com a expansão do "imperialismo estadunidense", com a sede dos EUA de dominarem o mundo. A verdade é que, sem os EUA, o mundo livre ja teria caído. E vamos seguir vendo os torcedores da China, da Rússia e do Hamas nas universidades, nas artes e na imprensa, pois esses sim são modelos de civilização e de desenvolvimento! A propósito, lá os defensores da liberdade são tratados mais adequadamente, não é mesmo?

31 de agosto de 2024

coneXões

Essa história de suspensão do Twitter/X me lembrou o ano de 2011, quando participei das manifestações contra o aumento da passagem de ônibus em Teresina. A exemplo do que aconteceu em todo o mundo, as manifestações foram praticamente todas organizadas e propagadas pelo Twitter. Foi uma ferramenta importante para a juventude, que é quem tem mais energia para a luta, impedir que se aumentassem 20 centavos na passagem. Hoje, uma década depois, a juventude, que trocou o Twitter pelo TikTok, assistiu durante 4 anos a uma prefeitura defecar para o transporte coletivo! Se você não vê conexão, você precisa abrir o olho!

 

Outra coisa para a qual você precisa abrir o olho é para o fato de que o banimento do Twitter/X é a ponta do iceberg do controle da informação. Quem controla a comunicação controla mentes, almas, vidas e, claro, o dinheiro! A morte do Silvio Santos foi um bom momento para lembrar que veículos de comunicação, como qualquer outro negócio, como Sauron, desejam “acima de tudo o poder”!

 

"O que tem a ver o Silvio Santos aqui? Você não era fã dele?". Era não. Sou. E ele sempre deixou claro que ele, diferentemente dos demais, era um artista, um comunicador e um empresário. Ao contrário, os outros todos são apenas empresários que usam comunicadores e artistas para o objetivo comum a todos os empresários comunistas ou capitalistas: enriquecer. O exemplo perfeito disso é a Globo que comemorou 123 milhões de espectadores alcançados com a cobertura da morte e as homenagens ao Senor Abravanel. Oportunismo? Claro! Postura de abutres? Sempre!

 

A morte do Silvio Santos é elucidativa! Sabe aquela história que ouvimos repetida de que o Silvio criou o almoço de domingo com a família reunida assistindo o seu programa? Isso tinha se tornado mera memória afetiva porque os smartphones, as mídias digitais e a internet tiraram a TV do centro da vida das pessoas. Compare o que era assistir a um programa como o BBB 20 anos atrás e como é hoje. Para se ter uma ideia, às vésperas do banimento, o Boninho chegou responder uma postagem do próprio Elon Musk, oferecendo ajuda com a questão do Twitter/X, afinal o Twitter/X fora do ar durante o BBB é algo relativamente ruim para os negócios...

 

Mas o negócio bilionário chamado TV não pode simplesmente acabar. Tem que sobreviver e usar a Internet a seu favor. E há mentes brilhantes reinventando, refazendo estratégias, pensando a longo prazo. É na esteria disso que em 2025 iniciam-se os trabalhos da TV 3.0: união da TV com a internet. Sabe as propagadas de sapato que você vê no Instagram depois de falar pra alguém que estava precisando de um calçado novo? Isso vai começar a acontecer na TV, que agora é digital e logo mais será totalmente interativa. O anúncio que te redirecionava do Instagram pra Amazon agora vai aparecer na hora da prova do líder direto na tua TV.

 

O custo dessa transição é altíssimo. Envolve não apenas o investimento em tecnologia (dinheiro nas mãos de desenvolvedores), como também a mudança na legislação vigente (dinheiro na mão de políticos). Não sei se você curte futebol, mas já se deu conta da quantidade de placas de publicidade, dos patrocínios nas camisas dos jogadores e das propagandas nos intervalos com sites de apostas, os tais “bets”? Pois é... Isso tem TUDO a ver com o banimento do Twitter/X.

 

A Globo fechou parceria com a MGM, maior empresa do ramo de apostas. Eis a fonte dos recursos: nenhum centavo tirado do próprio bolso, financiamento vindo direto do bolso do povão, que é quem mais consome sites de aposta, na esperança de enriquecer “pra ontem”. Rico não aposta? Claro: na Bolsa de Valores, onde o ganho é “pra amanhã”.


Mas e o Twitter/X? Ora, o Twitter/X é uma ferramenta utilizada por mais de 20 milhões de pessoas que são capazes de ter informação de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora. O usuário do Twitter é um perigo maior do que o usuários de Instagram, Facebook e TikTok, pois naquela rede o entretenimento é secundário. O principal sempre foi a informação, os bastidores e, o melhor de tudo, o contato direto com a fonte primária, sem a intermediação de um veículo de imprensa, sem a intermediação dos jornalistas. Enquanto eu escrevia esse texto a famosa jornalista Andréia Sadi trancava as suas publicações no Twitter/X. Pois é... eles continuarão acessando no sigilo (por isso o perfil trancado) informações de diferentes lugares do mundo para filtrar aquilo que passarão a nós, reféns do que passar pelo filtro da edição de empresas como a Globo. O cidadão comum volta ao seu status de consumidor do que a redação resolveu que é verdade. Tem poder mais saboroso do que esse para uma empresa de comunicação?

 

O cálculo é simples: no caso do jogo de futebol, da novela e do BBB, o Twitter/X funcionava como impulsionador, convidava as pessoas a conversar sobre esses programas, gerando mais audiência, consequentemente mais patrocínio, consequentemente mais lucro. Por outro lado, no caso das notícias, o Twitter/X rivalizava, aliás, superava os telejornais e os programas de opinião dos veículos tradicionais. Twitter/X fora da jogada, as empresas voltam a ter o monopólio. Fim de papo, sem direito a VAR.

 

Enfim... Adeus Twitter/X, e junto mais uma ferramenta que dava poder demais a nós, meros peões desse tabuleiro cujo Rei segue sendo um pequeno grupo que se reúne a portas fechadas para decidir nossos destinos por nós, nossas preferências por nós, nossa liberdade por nós. E eu já ia me esquecendo das nossas esperanças, que estão nos jovens dançando no TikTok e fazendo memes no Facebook, Instagram e nos Threads. Lá não tem informações falsas, nem discurso de ódio nem qualquer outra coisa que o governo peça para o Zuckerberg censurar.

19 de agosto de 2024

A criação da Saudade - RIP Silvio Santos

A linguagem é mesmo uma maravilha! É através dela que comunicamos, que realizamos, que trabalhamos, que compreendemos, que sonhamos, que criamos, que emocionamos, que amamos, enfim, que nos encontramos uns com os outros...


De ontem para hoje, fiquei pensando no que mais profundamente há de comum entre um vendedor ambulante, que sai de casa carregando sua mercadoria na esperança de vender o máximo possível para levar de volta para casa o mínimo de dignidade para sua família, e um grande empresário, criatura de negócios, que movimenta milhões ao vender e/ou comprar marcas, ações na bolsa de valores, etc. Seria o fato de ambos venderem algo? Sim, todos vendemos algo. Mas a profundidade da união que queria encontrar não era essa da finalidade do que fazemos.

 

Pensei, calculei, raciocinei e concluí: o vendedor, o empresário, o artista, o esportista, o cientista, o professor, o jornalista, o político, o médico, o advogado, o cara que vende arte na praia, enfim, qualquer projeto de vida que você pensar agora terá se realizado através do uso da linguagem. É ela que nos une!

 

Sabe o que faz uma pessoa que foi vendedor, empresário, artista e comunicador ser a maior perda que os brasileiros sentem hoje? O tanto que ele soube usar a linguagem! Pare para pensar um pouco: quem mais nesse Brasil, tão rico em diversidade, conseguiu entrar na casa de brasileiros de todas as regiões do país, de todas as idades, de todas as crenças, de todos os matizes? Quem mais foi capaz de falar de um modo que não apenas era fácil de entender, mas que também prendia a atenção de quem o ouvia falar, fosse a maior das bobagens, fosse o assunto mais sério possível?

 

Quem mais foi capaz de falar uma língua compreendida igualmente por alguém do interior do Piauí e por alguém lá no Rio Grande do Sul, lugares com falas tão distintas? Quem mais foi capaz de entreter com o mesmo zelo uma criança, segundo Vinicius de Moraes, público mais difícil de falar ao coração, e, no segundo seguinte, entreter o jovem, de interesses tão difusos, depois o adulto, que só queria espairecer, e, por fim, o idoso, saudoso e feliz por se ver atingido na fase que ninguém mais se interessa por ele? Quem mais deu voz a tantos desconhecidos, esquecidos e até rejeitados pela sociedade? Quem mais foi capaz de eternizar tantos bordões? Quem mais foi capaz de eternizar a onomatopeia do próprio sorriso?

 

Professores, escritores, cientistas, políticos, comunicadores, músicos... a meta de todos esses é a mesma: compreender e ser compreendido. Para isso, precisam da linguagem! Quantos desses passam anos a fio estudando para conseguir um ou outro momento raro em que tenham realizado essa tarefa de compreender o seu público e por ele se ter se feito compreender? Fernando Sabino, um dos maiores escritores de nosso país, dizia que o maior elogio que podia receber era quando lhe diziam que suas obras eram fáceis de entender.

 

Lembro-me de que, quando soube que o Bob Dylan havia ganhado o prêmio Nobel de Literatura, estranhei demais. Fiquei: como assim dão um prêmio que se refere ao uso da língua para alguém que não é escritor? Hoje, oito anos depois, entendi perfeitamente! O melhor artista da linguagem é aquele capaz de usá-la para que os outros se sintam envolvidos e representados nela e por ela, é aquele cuja palavra é um pouco a palavra de cada pessoa de uma nação, e que tenha feito isso durante anos, décadas, transformando a sua arte. E só uma pessoa fez tudo isso ao mesmo tempo no Brasil: Silvio Santos.

 

Um dia antes da morte dele, concluí um trabalho acadêmico de uma disciplina do doutorado. A professora da matéria havia solicitado um artigo autoral em que analisássemos o comportamento semântico de um item lexical a nossa escolha. Eu havia escolhido o verbo “criar”. Ao longo dos meses pesquisando, encontrei um sentido interessante desse verbo, o sentido de popularizar, de lançar moda.

 

O primeiro enunciado em que percebi isso era uma postagem com uma foto do Michael Jackson usando uma jaqueta vermelha e embaixo a legenda: “Michael Jackson criou o vermelho”. Aqui “criar” não significa produzir ou inventar, mas indica que Michael Jackson deu visibilidade, estabeleceu a fama da cor vermelha... Não deu tempo colocar no trabalho, mas eu poderia ter preenchido essa lista com: “Silvio Santos criou o auditório em programas de TV”, “Silvio Santos criou a gargalhada”, “Silvio Santos criou a contemplação do passado através da música”, “Silvio Santos criou o respeito às crianças”, “Silvio Santos criou o domingo dos brasileiros”...

 

E o Brasil, tão rico de criações, viu nascer e morrer um Machado de Assis, que criou a nossa literatura; viu nascer e morrer Tom Jobim, que criou a nossa música; viu nascer e morrer Ayrton Senna, que criou o orgulho da nossa bandeira; viu nascer e morrer Pelé, que criou o nosso futebol; e agora viu nascer e morrer Silvio Santos, que, depois de ter criado tanto, agora criou aquele sentimento representado por uma das palavras mais lindas de nossa língua: Silvio Santos criou a SAUDADE.

15 de maio de 2021

Fale de qualquer lugar

Perdemos muito tempo com coisas que, absolutamente, não importam muito. E cá irei eu não ser exceção à regra: perder tempo. Mas, talvez, àqueles a quem esse recado se destina, isso será significativo. 

Fora do meu ambiente profissional FALO sobre muita coisa, das tolices às utilidades públicas. E faço isso somente fora do ambiente de trabalho por julgar que lá é o LUGAR para servir aos que me buscam com a finalidade específica de aprender o que ensino. 

Não sei se ficou evidente, não obstante as palavras em caixa-alta, que o tema desse texto é o tal “lugar de fala”. Também não sei se ficou evidente que esse meu texto se destina apenas àqueles cuja mente ainda encontra-se aberta a enxergar as coisas por outro prisma e não apenas conforme a minoria barulhenta. Para aqueles que já se decidiram, esse texto dirá muito pouco. Aliás, para esses, eu sequer tenho “lugar de fala”. 

Estive tentando imaginar onde e como estaríamos hoje se caras como Sócrates, Aristóteles, Platão, Pitágoras, Euclides, Zenão de Eleia... tivessem que pensar se tinham ou não “lugar de fala” acerca dos temas de que trataram. Pode parecer exagero, mas, graças a caras como esses, nós podemos ler coisas interessantes e coisas asquerosas na internet hoje em dia. Graças ao debate filosófico e, posteriormente, ao debate acadêmico, foram possíveis diversos avanços na humanidade (inclusive a internet). Uma afirmação trivial, pois basta observar, por exemplo, como a troca de ideias e de experiências encurta caminhos, aumenta a velocidade de nosso amadurecimento.

Chegamos, contudo, a um ponto em que, exatamente do debate acadêmico, surgem ideias ditatoriais e tirânicas, que visam, por incrível que pareça, à anulação do debate, o preterimento da troca de ideias e de experiências, a seleção de quem pode falar e do que pode ou não ser dito. Parece um paradoxo que a academia promova essa autossabotagem, no entanto é exatamente a subversão da lógica a base de pensamentos como esse.

Fui expectador de uma discussão sobre a expressão "a situação tá preta", que, para alguns, não pode ser dita por ser racista. Sugeri uma aula do prof. José Luiz Fiorin sobre esse tema (para mim, o maior linguista vivo no Brasil). A exposição do professor era a de que há certos exageros, pois a expressão "a situação tá preta" tem origem na navegação. Trata-se de uma referência às nuvens da cor preta que indicam mau tempo para viagens marítimas. Associar essa expressão a algo racista é, para o professor, ampliar o preconceito e não diminuí-lo. "Ah mas só usa preto para coisas ruins"... Não sei se "nota preta" é algo ruim. Mas, enfim, não é esse o ponto...

(Um breve parêntese: Chico Buarque utilizou a expressão "a coisa aqui tá preta" na canção "Meu caro amigo", em coautoria com o grande Fancis Hime. Será que Chico Buarque foi racista? Enfim, retomemos...)

O ponto central aqui nem é a questão da expressão ou do racismo em si. Quero concentrar os esforços (talvez vãos esforços) à resposta que sobreveio: a de que o professor José Luiz Fiorin, uma das maiores autoridades brasileiras sobre estudos da linguagem, não tem lugar de fala sobre a expressão "a situação tá preta", pois é... branco!

Então, ecce thema! O tal "lugar de fala"... Escrevi há algum tempo um texto sobre uma sentença judicial acerca de uma acusação de estupro de uma influenciadora digital. Recebi de mais de uma pessoa o seguinte comentário: "você não tem lugar de fala". Ou seja: o professor Fiorin não tem lugar de fala sobre aquela expressão linguística porque é branco; eu não tenho lugar de fala sobre uma sentença judicial que envolve uma mulher porque sou homem.

Ignaz Semmelweis, médico do século XIX, foi responsável por uma descoberta que revolucionou a medicina. Num período em que um médico era considerado tanto melhor quanto mais sujo fosse seu avental, Semmelweis descobriu um modo de reduzir significativamente o número de mortes pós-parto: lavar bem as mãos e as roupas que ele utilizava durante o parto. Isso mesmo: um homem fez uma descoberta e influenciou a vida de mulheres porque ele falou algo de que, seguindo os dois "raciocínios" anteriores, ele não teria lugar.

(Pensei em trazer também a descoberta de Claude Veyne Winder, que sintetizou o ácido mefenâmico nos anos 1960, mas algumas pessoas nem sabem para que esse fármaco serve, então pode ser que a questão da irrealidade do "lugar de fala" não ficasse tão clara - ops, acabei de usar outra expressão racista, segundo as cartilhas!)

Meu principal objetivo aqui é o de refletir o seguinte: será que impedir o debate far-nos-á evoluir? 

Alguns professores, no ambiente profissional, aplaudem e incentivam crianças ou adolescentes que decoram cartilhas que ensinam as expressões proibidas (com base nas impressões subjetivas e não na realidade), mas que não sabem citar duas famílias da tabela periódica ou que, se não tiver internet, não conseguem achar um sinônimo para uma palavra de sua própria língua. Essas crianças/adolescentes estão observando a fala do professor não-militante não para adquirir conhecimento, mas para levantar a placa de "expressão proibida" e, caso o professor argumente, rebater com a resposta padrão: o professor não tem lugar de fala. 

Será que é isso que nos tornará melhores? Que nos livrará da subserviência a outros países quando se trata de avanços técnicos e científicos? Com todo respeito aos que pensam diferente, eu só consigo enxergar que a ansiedade, o déficit de atenção, a falta de foco, a desmotivação dessas crianças e adolescentes vêm precisamente do fato de estarem mais preocupadas se estão ou não em seus lugares de fala do que com seus lugares no mundo.

Àqueles que dão "um tempo no ressentimento" e dão "zoom nos pontos em comum", deixo meu apoio a continuarem assim, sem ampliar preconceitos e sem impedir o debate. "Estamos separados e divididos, mas um dia nós seremos a maioria".