23 de abril de 2012

Diurno De Uma Quase Noite De Gripe

Enfermo estou,
mas nem sempre estarei;
não se manda no amor,
mas eu sei que amarei
na saúde ou na dor,
no espanhol ou no inglês...
Estou quase pra morrer,
mas não deixo um só segundo
de pensar que amo você
e que não sou um velho moribundo...
O nariz não para de escorrer
e eu repito: amo você!
O vick é forte e arde o nariz
e eu lembro: em ti sou mais feliz!
O chá é verde e o remédio amargo
e eu não esqueço aquele beijo dado!
Sinto ainda calafrio
tipo aqueles de quando silencio.
Choro!
Não porque quero...
Mas lágrimas como as da cebola:
só param por decreto!
Diria que choro de emoção,
mas choro só por congestão
no nariz que não sente cheiro,
mas que há de estar inteiro
quando chegar já, já o dia
que os sorrisos vencerão a alergia
e os espirros não atrapalharão
o bater mais forte deste coração...

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