Eu sei lá!!! Eu até gosto um pouquinho mais de Pepsi, talvez
por ser menos comum pelas bandas de cá. Mas quem é melhor? Na verdade, esse
texto não é uma reflexão acerca do líquido mais condenado – mais até do que as
bebidas alcoólicas – da atualidade (como se um suco de maracujá que você toma
de vez em quando não tivesse açúcar e tantos outros invisíveis assassinos tóxicos). Minha intenção é pensar
um pouco sobre a quantidade assustadora de especialistas que existe hoje em
dia.
Tem muita gente por aí, caro amigo, que pensa saber de tudo
um pouco. Se o tópico de uma discussão é política, então ei-lo ali a apresentar
hipóteses; se o assunto é futebol, lá está ele; se o assunto é culinária,
acredite, ouvimo-lo aqui também; se o assunto é língua portuguesa, matemática,
ENEM, MEC, Dilma, Direita-Esquerda, sinais de trânsito, o trânsito, o tráfego,
o tráfico, a influência da mídia, a mídia... o espaço sideral... os oniscientes
dissertam. Isso é de entristecer um pouco. O Mão Santa (não vou entrar no
mérito se ele é também um desses nada-sabem-acerca-de-tudo), um ex-governador
daqui, lembrava sempre em seus discursos que a ignorância é audaciosa. E, de
fato, o é. O caso é que cada dia mais é maior o número de pessoas que esquecem
o velho ditado “cada macaco no seu galho” (volta,É o Tchan!!!). São inúmeras as
pessoas que pouco leem e muito escrevem. Muito falam e pouco ouvem. Muitos
falam e ninguém ouve.
O outro problema que encaro com tristeza é o apartidarismo
de discursos que pregam imparcialidade. O discurso científico e o discurso
jornalístico entristecem, apelam para nossa ignorância. Não são poucas as
pesquisas e reportagens subsidiárias de uma ideia rentável a alguém. Uma pena.
Nem ciência nem jornalismo são imparciais. Ambas são feitas pelos seres
humanos. Veja a arte! Ela é livre porque não usa essa fantasia/máscara de
imparcialidade. O ser humano não pode ser imparcial, isso só se aplica aos
robôs (por enquanto).
É preciso saber dizer “não sei” ou, ao menos, “ainda não sei”.
Sabemos mais quando sabemos que existem algumas coisas sobre as quais sabemos
do que quando pensamos que saber muito é quando falamos de tudo quanto se fala.
A sabedoria é luminosa.